Ex-gerente da Petrobras, o engenheiro Eduardo Musa afirmou, em
depoimento de delação premiada, que o presidente da Câmara, deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tinha a “palavra final” na indicação para a
diretoria Internacional da empresa. A área é uma das principais envolvidas na Operação Lava Jato, por
suspeita de cobranças milionárias de propina. Seus antigos diretores,
Nestor Cerveró e Jorge Zelada, estão presos preventivamente em Curitiba. Segundo o depoimento de Musa, que foi gerente da área Internacional
entre 2006 e 2009, o PMDB detinha a indicação do cargo de diretor. Um dos responsáveis por indicar nomes à diretoria seria o lobista
João Augusto Rezende Henriques, preso nesta segunda (21) na última fase
da operação. A palavra final, porém, era de Cunha. “Henriques disse ao declarante [Musa] que conseguiu emplacar Jorge
Zelada para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de
Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado Eduardo
Cunha”, diz um trecho da delação. Henriques
era “ligado ao PMDB”, segundo Musa, e tinha influência na área
Internacional e “possivelmente” na diretoria de Exploração e Produção
–que ainda não foi alvo da Lava Jato. Segundo o engenheiro, o lobista fornecia informações privilegiadas de
dentro da Petrobras para ajudar na formação de preço das propostas
enviadas à diretoria, em troca do pagamento de propina. Investigações apontam que Henriques recebeu R$ 20 milhões em propina
de empreiteiras que prestavam serviço para a Petrobras. Ele está preso
temporariamente em Curitiba. (Folha/DCM)
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