O
ex-gerente da área Internacional da Petrobras e mais novo delator da
Lava Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, afirmou que o presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era “quem dava a palavra final”
sobre as indicações dos nomes que ocupariam os cargos na Diretoria
Internacional da Petrobras. Musa é o segundo delator a citar o
envolvimento direto de Cunha em indicações à área internacional da
estatal. Segundo Musa, o lobista do PMDB João
Augusto Henriques, preso nesta semana pela Lava Jato, teria revelado
detalhes sobre o funcionamento das indicações. “Que João Augusto
Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada
para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas
Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado federal Eduardo
Cunha, do PMDB-RJ”, disse Musa em seu depoimento. Zelada substituiu o
ex-diretor Nestor Cerveró à frente da diretoria em 2008. Tanto Musa
quanto Zelada foram presos e são réus na Lava Jato. Segundo o delator, as indicações
para a diretoria Internacional seriam uma espécie de cota do PMDB, de
maneira atender a demanda por cargos, além de abastecer o caixa do
partido com o dinheiro obtido por meio de desvios e irregularidades em
contratos da Petrobras. Um outro delator da Lava jato, Júlio Camargo,
relatou ter sido pressionado por Cunha a pagar US$ 5 milhões em propinas
para conseguir fechar contratos para construção de navios-sonda
encomendas pela Petrobras. A denúncia de Camargo, fez com o que a
Procuradoria –Geral da República abrisse um processo para investigar a
suspeita de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção que teriam sido
cometidos por Cunha. Musa foi indiciado como réu na mesma
ação pela qual Zelada foi denunciada. Ele, juntamente com Cerveró e
Henriques, é acusado de dividir propina de US$ 31 milhões oriunda de um
contrato de afretamento de navios-sonda. O delator confirmou, ainda, que
João Augusto Henriques “era um lobista ligado ao PMDB que mantinha
influência na área internacional e de engenharia da Petrobras, e
possivelmente também na área de Exploração e Produção”. O Presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, tem negado todas as acusações feitas contra ele. O PMDB também
nega o envolvimento e informou que a legenda nunca autorizou ninguém a
se apresentar como intermediário do partido. (247)
Blog do Genaldo
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