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Educação pública como dever de casa

Por Genaldo de Melo

 
Temos a mais absoluta certeza de que a educação é um conjunto de processos pelos quais as pessoas se apropriam de uma determinada cultura, à luz de um determinado projeto de sociedade. Ou seja, a palavra educar no sentido mais amplo da palavra ultrapassa os limites das quatro paredes da sala de aula. O educador quando vai para sala de aula, ele não leva somente o aparato científico de sua formação, mas também sua experiência individual e familiar.

Então claro fica que se o professor é o principal elo transmissor de valores e conhecimentos ao longo do período de nossa civilização humana, não tendo a valorização de seu trabalho, principalmente no campo puramente economicista, com a mais absoluta certeza não vai cumprir fielmente a sua missão de educar as futuras gerações.

Mas é isso que vem acontecendo no momento, ou seja, responsabilidades reconhecidas em Lei não vêm sendo cumpridas na maioria dos municípios baianos! E isso contribui sim no trabalho desenvolvido pelo professor, já que ele carrega em si a mágoa de não ser bem remunerado pelo seu trabalho.

Abandonando toda e qualquer fraseologia, vamos direto ao assunto que interessa nesse momento. A maioria dos prefeitos baianos de forma desonesta com as prerrogativas constitucionais, não vem cumprindo o que é necessário para uma educação pública gratuita e de qualidade. Isso naturalmente, compreendendo a educação como um processo mais amplo do que a sala de aula, tem prejudicado os profissionais da educação. Muitos deles para sobreviverem precisam assumir outras ocupações produtivas, porque precisam de recursos financeiros para estabelecer o padrão de vida de suas famílias.

Muitos dos prefeitos dizem que o dinheiro não dá para cumprir a Lei. Ora, mas porque se utiliza tanto dinheiro em espetáculos fúteis com grupos musicais ridículos que são verdadeiros poços de lixo cultural, que não educa ninguém, intoxica com valores deformados nossa juventude? Por que tanto dinheiro jogado fora e escorrendo muitas das vezes pelo ralo da corrupção, enquanto a Educação Pública, prioridade para a manutenção do verdadeiro padrão cultural de nossa gente, agoniza nas escolas abandonadas e com profissionais mal pagos e desvalorizados.

Não se pode aceitar tal aberração política nos municípios baianos! Os prefeitos devem ser pressionados pelos atores sociais locais, pelos aparelhos privados de hegemonia da Sociedade Civil, para que os mesmos desçam dos palanques eleitorais e sejam administradores de fato, cumpram o que estabelece as regras legislativas, e não fiquem apenas como verdadeiros “bocas de envelopes amassados” em função de interesses de empresários que são fornecedores de produtos e serviços para a Educação Pública.

Gestores municipais só vão cumprir seu papel de fato e cumprir o que se estabelece em lei, quando a sociedade se mobilizar de fato, e pronto! Assim, e somente assim, eles vão respeitar os profissionais da educação, para que a mesma não aconteça somente nas quatro paredes da sala de aula mais nas sociedades locais como um todo.

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