Por Genaldo de Melo
Mais uma vez a Câmara dos Deputados dá uma
insofismável demonstração da falta de seriedade e compromisso com os trâmites
éticos em nossa República. Mais uma vez o presidente daquela Casa, que deveria
servir aos brasileiros e não aos interesses mais mesquinhos da politicagem, o
senhor deputado federal Eduardo consegue achincalhar a todos, e colocar seus
interesses acima dos interesses da nação brasileira.
Depois de tanta discussão e clara certeza de
quebra de decoro parlamentar, bem como provas cabais de contas secretas com
dinheiro nada limpo no exterior, tudo volta a estaca zero no Conselho de Ética
no processo em discussão para cassação de seu mandato que não serve em nada
para o país.
Parece brincadeira, mas enquanto todos os
deputados estavam em suas bases, provavelmente em visitas e reuniões, porque é
isso que os políticos com mandatos fazem em tempos de folga para não perder
eleitores e lideranças chaves com votos, Eduardo Cunha parece que fez
exatamente o contrário, procurando seus pares e articulando sua permanência num
cargo que somente envergonha a nação brasileira perante o mundo, pois em
qualquer outro lugar numa situação constrangedora em que o mesmo se encontra já
deveria ter a hombridade de se afastar e deixar livre de sua presença na Câmara
dos Deputados os brasileiros honestos e cidadãos cumpridores de seus deveres
perante à Constituição Brasileira.
Mas em vez disso, mais uma vez seus aliados (que
ninguém, absolutamente ninguém, consegue aceitar de bom grado essa feitiçaria
que ele exerce sobre alguns de seus pares) conseguem oferecer no início do ano
um dos melhores presentes que provavelmente e segundo regras elementares da
ética ele não merece. O senhor vice-presidente da Câmara dos Deputados Waldir Maranhão (PP-MA), atendeu a um recurso
impetrado pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) que pediu vistas do processo,
livrando-o nesse momento de ter que responder no Conselho de Ética sobre
acusações já comprovadas publicamente.
A decisão de fazer o
processo contra o deputado fluminense retroceder foi tomada por Maranhão ainda
no dia 22 de dezembro, ou seja, antes ainda do início do recesso parlamentar.
Mas apenas ontem (2) chegou ao Conselho de Ética da Câmara. No ano passado, o deputado
maranhense causou polêmica ao destituir Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria da
representação contra Cunha. A destituição de Pinato, que era favorável à
cassação do peemedebista, também atrasou o andamento da representação contra
Cunha.
É Cunha ficando livre de novo para provavelmente de novo começar chantagens e "feitiçarias", e enquanto isso ficamos todos os
brasileiros apenas alimentados toxicamente com informações negativas apenas
contra o ex-presidente Lula, que segundo a mídia do Jornalismo da Obediência,
comprou um apartamento em Guarujá (que segundo provas ele não comprou, mas se
quisesse compraria, até porque dinheiro para isso ele tem de sobra), e contra sua
esposa que comprou um barco de lata e mandou para um sítio em Atibaia, como se
isso fosse algum crime.
Que país é este que fica o presidente da Câmara dos Deputados mais uma vez
zombando dos brasileiros, e ninguém toma uma providência política como se todos daquela Casa parlamentar têm medo desse único homem? A mídia deveria presentear os brasileiros não assassinando a reputação de Eduardo Cunha, porque ele não tem mais, mas pelo menos colocando mais em evidência a necessidade de tirá-lo daquela cadeira que toma as decisões na Câmara dos Deputados. O Brasil precisa disso!
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