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Somente aos nazistas interessa a proibição de Mein Kampf

Por Genaldo de Melo
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Michel Foucault nas entrelinhas de seus escritos descreve que o fascismo não se ensina em livros, pois ele na realidade é um dos mais sanguinários elementos da alma humana, ou seja, ele está presente aonde existe o amor ao poder, a vontade de poder a qualquer custo e sem desvios. 

E não adianta simular discursos contra tal tese porque a história está cheia de exemplos disso, pois segundo ele o fascismo tal como existiu na prática na Itália de Mussolini, e principalmente na Alemanha de Hitler com seu nazismo, prova-se que de todas as doutrinas políticas criadas até hoje o fascismo é o movimento menos político de todos. O fascismo prático tal como existiu não passou de um movimento sanitário e até artístico.

Segundo Adorno por mais que se inventem desculpas, por mais que se tente combater o fascismo, ninguém vai de fato acabá-lo, porque a natureza humana é formada de vários elementos, inclusive da eterna necessidade de dominar os outros pela força ou pela artimanha. E a única forma de impedir que Auschwitz se repita é a educação.

Por isso que apesar de muitos não compreenderem, muitos também não concordam com a posição do Ministério Público do Rio de Janeiro em abrir uma ação cautelar para proibir o lançamento nacional de “Mein Kampf”, obra que começou a ser escrita por Adolf Hitler enquanto esteve na prisão, antes de se tornar o dono da Alemanha, liderando um dos mais brutais genocídios da humanidade.

A intenção do MPE do Rio de Janeiro não é ruim, pois o objetivo é impedir que as idéias nazistas se proliferem em pleno século XXI, mas pode ser também um grave equívoco. Primeiro porque o livro se consegue facilmente na internet; segundo porque se o entendimento for de que o livro está associado à barbárie, outros escritores correrão o risco de serem associados da mesma forma, segundo a vigilância ideológica de fanáticos seguidores de doutrinas variadas da sociedade; terceiro porque a proibição não produziria outro efeito senão o aumento da procura da obra, alimentando ainda mais as teorias conspiratórias revisionistas que transformam nazistas em vítimas.

Mais o principal de fato nesse processo é que é preciso reconhecer que historicamente Hitler existiu e está na própria história, e nos livros de história que todos os estudantes acessam e são obrigados por nossa educação a conhecer. Então se querem proibir um livro que todos deveriam conhecer exatamente para saber como funcionou o nazismo, e conhecer inclusive como pensam os novos nazistas, que criem uma lei no país para que nos livros de história publicados a partir de agora não se comente mais o nome do monstro que matou mais de seis milhões de pessoas de forma planejada.


Se querem de fato impedir o surgimento de focos do fascismo ou do nazismo que eduquem então nossos jovens e parem de criar no imaginário popular que apenas um livro vai de novo criar campos de concentração como Auschwits, ou criar uma nova Alemanha dos anos quarenta no Brasil! Proibir a publicação desse livro interessa apenas aos nazistas, que naturalmente devem tê-lo como obra obrigatória de cabeceira.

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