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A greve geral já começa a produzir seus resultados em Brasília

Por Genaldo de Melo
O governo de Michel Temer bem que tentou minimizar a greve geral de 28 de abril último, porém foi pego de calças curtas, porque a mobilização que contou com a participação de cerca de 40 milhões de brasileiros espalhados pelos grandes centros urbanos, comprovou que o movimento sindical brasileiro conseguiu de novo, como em décadas passadas, se unificar contra o desmonte do Estado.

Com isso provavelmente a discussão da Reforma da Previdência pode ser adiada, porque não existe clima para tanto. Repasso portanto, o excelente artigo da Jornalista Tereza Cruvinel para melhor compreensão do que pode acontecer em Brasília essa semana.

Efeito-greve: votação da reforma previdenciária deve ser adiada (Tereza Cruvibel - Brasil247)


Maio começa com duas notas tristes, mas com uma promessa consistente e animadora: a resistência ao golpe e aos retrocessos vai aumentar e as votações desta semana da reforma previdenciária devem ser adiadas. No Norte, onde a luta pela terra segue derramando sangue, houve mais um ataque selvagem de brancos armados contra índios deserdados. Em seu auto-exílio no Sul, morreu Belchior, que traduziu em sua obra poética e musical a busca dos jovens que encontraram o sinal fechado nos anos 7 e abriram as portas da democracia nos 80. O sinal está novamente fechado mas os atos do Primeiro de Maio, depois da greve geral de sexta-feira, 28, mostraram uma nova unidade no sindicalismo. A Marcha sobre Brasília foi planejada e da base governista vêm os primeiros vacilos em relação à reforma previdenciária rejeitada por 71% dos brasileiros, segundo o Datafolha.
Por mais que o governo tenha minimizado a greve, ela mostrou a quem quis ver a grande contrariedade social com as reformas em curso. Ajudou a encher os atos de hoje pelo Primeiro de Maio, que tiveram como ponto de unidade um manifesto assinado pelas seis principais centrais sindicais.
Nesta terça-feira, o governo planejava encerrar a discussão do relatório substitutivo da reforma previdenciária na comissão especial, presidida pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS). A votação começaria na quarta para terminar na quinta-feira. Este cronograma dificilmente será cumprido, depois da greve geral, do Primeiro de Maio e da repercussão altamente negativa da aprovação da reforma trabalhista. Marun quer manter o tema em pauta, mas tanto o relator, Arthur Maia (PPS-BA), quando alguns líderes da coalizão governista acham que não há clima. Maia sustenta, em sintonia com o Planalto, que novas mudanças estão descartadas mas tem dito que acha melhor distanciar a votação destes últimos acontecimentos nefastos para o governo, que incluem o aumento da rejeição ao presidente captado pela pesquisa Datafolha. O governo já não contará com partidos dissidentes como o PSDB e o Solidariedade. Líderes de outras s siglas, como PTB, PR, PHS e similares vão chegarão a Brasília esta semana defendendo o adiamento da votação.
Para quem considerou a greve um grande fracasso, aí estão seus primeiros efeitos políticos. Maio promete um aumento da resistência nas ruas que se traduzirá em alterações na correlação de forças dentro do Congresso. É esperar para ver.  Promete uma Marcha sobre Brasília para forçar o governo a negociar a reforma previdenciária. Negociar honestamente, em cima dos números reais da Previdência e de medidas que contribuam para seu equilíbrio financeiro mas sem sacrificar exclusivamente os direitos dos trabalhadores. 

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