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Trabalhadores rurais poderão voltar a ser escravos



Por Genaldo de Melo
Se os trabalhadores rurais e suas organizações não se mobilizarem urgentemente contra o projeto de lei para mudar as regras do trabalho assalariado no campo, apresentado pelo deputado tucano Nilson Leitão (PSDB/MT), provavelmente pelo andar da carruagem, com um Congresso conservador de grande maioria ruralista, o trabalho rural vai voltar a ser como já foi a mais de cem anos atrás.

Depois da aprovação da Reforma Trabalhista do governo Temer, o objetivo do tucano agora é mudar as leis específicas para o trabalhador rural, com 192 itens que substituirão a legislação vigente. Ou seja, voltaremos à condição de semi-escravidão mesmo vivendo em pleno século vinte e um.

Além de querer restringir o poder da Justiça do Trabalho e do Ministério do Público do Trabalho com o discurso de que está na hora de parar de tratar os trabalhadores como “coitadinhos”, a proposta absurda do tucano quer que os empresários rurais paguem a mão-de-obra com remuneração de qualquer espécie, ou seja, o patrão pode pagar pelo trabalho com moradia e alimentação por exemplo.

Além disso, o texto do projeto de lei do deputado aumenta ainda a jornada diária de trabalho para até 12 horas, por "motivos de força maior", permite a substituição do repouso semanal dos funcionários por um período contínuo, com até 18 dias seguidos, e autoriza a venda integral das férias dos empregados.

Imagine tudo isso em pleno século 21, quando o que mais se discute é combater o trabalho escravo no campo! Ou os sindicatos dos trabalhadores rurais e suas federações tomam uma posição política urgente ou então em um breve espaço de tempo, com a aprovação de projeto de lei absurdo dessa natureza, teremos uma nova sociedade rural com um novo tipo de escravidão consolidada. 

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