Por Genaldo de Melo

Desde que se consolidou o golpe de Estado no Brasil que tirou Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, planejado e executado por forças peemedebistas, tucanas, demistas e aliados, que se fala abertamente sobre as palavras “fascista” e “fascismo” para tudo que se contrarie a opinião de alguns proeminentes formadores de opinião, bem como para militantes digitais. Na grande maioria dos casos as pessoas não sabem o conceito literal dessas palavras, mas esbravejam as mesmas contra pretensos inimigos, porque são palavras que significa tudo que existe de ruim em seus conceitos mais elementares.
Nem tudo o que se expõe como fascismo condiz com a verdade, e para compreender os conceitos é preciso remontar ao passado, considerando que o conceito prático do fascismo categoricamente foi se adaptando com os tempos, com as circunstâncias e com as atitudes práticas. Com atitudes práticas que ultrapassam o conceito de fascismo como doutrina política, porque o mesmo se assumiu como uma atitude em relação à vida na qual indivíduos e gerações são unidos por uma lei e uma vontade mais elevadas, mais especificamente, a lei e a vontade da nação.
Mais precisamente a concepção fascista de Estado abarca tudo, pois a lei e a vontade da nação têm prioridade sobre a vontade individual, ou seja, para se criar uma nova nação que possa responder aos problemas oriundos da I Guerra Mundial seria necessário moldar todas as vontades individuais numa só. E todas as formas de sociedade civil fora do Estado são reprimidas, e todas as esferas de vida, econômica, social, cultural e religiosa, se subordinam a ele. O fascismo como atitude perante a vida passa a ser uma atitude pessoal que gerou a incógnita do ódio contra tudo e contra a todos que não concordassem com a ideia dos princípios elementares do fascismo.
Segundo Umberto Eco, como ideologia o fascismo tem como características elementares: o culto à tradição; o rechaço ao modernismo; o culto da ação pela ação; rechaço ao pensamento crítico; medo do diferente; apelo às classes frustradas; nacionalismo e xenofobia (obsessão pelo complô); inveja e medo do inimigo; princípio da guerra permanente; elitismo (desprezo pelos fracos); heroísmo (culto à morte); transferência de vontade de poder e questões sexuais; populismo qualitativo; e novilíngua (produção textual pobre para limitar raciocínios complexos e críticos).
Comparando com os dias de hoje não se pode dizer que os mentores do golpe de Estado atual no Brasil são fascistas no sentido mais literal da palavra, porque não são estadistas são neoliberais, usam conceitos como o ódio contra tudo o que não diz respeito ao que defendem como tese de Estado, mas estão fazendo tudo ao contrário, ou seja, diminuindo o Estado como nação.
Para melhor compreensão do que fazem com o uso de elementos conceituais fascistas dois exemplos servem aqui: o uso recente indiscriminado de bandeiras brasileiras e camisas da CBF como "uniformização" contra o vermelho do PT e contra o suposto combate à corrupção; e a foto tirada recentemente entre o senador José Serra, e a presidente da UNE, Carina Vitral, em que houve um ódio de ambos lados dos pólos políticos em disputa hoje no Brasil. Esperamos que como doutrina de Estado o fascismo nunca mais possa renascer, porque a extensão adaptada dele todo mundo conhece como nazismo. Quem puder dá um exemplo melhor, que dê com os presentes na cena política brasileira!
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