Pular para o conteúdo principal

A verdade e a coerência singular de Manuela D'Ávila

Por Genaldo de Melo
Das muitas entrevistas que Manuela D’Ávila, pré-candidata do PCdoB, vem concedendo à imprensa nacional e internacional, talvez uma das mais lúcidas foi a que ela concedeu ao jornal Avante de Portugal, pois ela foi na mira daquilo que tem que ser dito sobre sua candidatura, e sobre a coerência que norteia o seu partido nesse momento de participação solo no processo eleitoral.

Todo mundo sabe que é importante defender a candidatura de Lula à Presidência agora em 2018, porque isso representa a possibilidade da volta à normalidade democrática que foi quebrada com um golpe de Estado sem provas contra Dilma Rousseff, principalmente num momento que fica cada vez mais claro a existência de um estado de exceção com o judiciário “político” querendo decidir quem deve e quem não deve ser o próximo chefe da nação.

Para Manuela “os comunistas brasileiros não podem ficar reféns de um debate que vai girar à volta da presença ou ausência de Lula da Silva no boletim eleitoral. Isso seria fazer o jogo da direita, deixá-la à vontade para apresentar as suas «receitas» sem contraditório e denúncia”. Ou seja, não se pode deixar de defender a candidatura de Lula, mas também não se pode deixar de apresentar as alternativas para resolver a crise por qual o Brasil passa no momento.

E ninguém pode acusar Manuela e o PCdoB de nada, porque durante todos os anos dos governos petistas, sempre estiveram juntos. Mas nesse momento deixar a direita e a Rede Globo sozinhos para fazer e dizer o que bem quiser é extremamente perigoso. Ao PT cabe também saber definir suas estratégias, que são mais do que simplesmente defender Lula, mas também apresentar soluções e pautar politicamente a sociedade brasileira.

Se a esquerda brasileira se resumir simplesmente à defesa de Lula, sem apresentar as alternativas para a própria sociedade brasileira, estará simplesmente dizendo para a própria direita que não passa de indivíduos na política, sem programas e sem projetos, como sempre foi a prerrogativa maior da própria direita.

Manuela está certíssima, todos queremos Lula no boletim eleitoral, mas nem todos podem ficar quietos achando que a direita está brincando de fazer política. O próprio PT fica sem muitas alternativas, conforme as pesquisas feitas até então, se Lula não for o candidato. Se Lula for realmente candidato aí é outra história, porque política é como as águas que passam por baixo da ponte, nunca são as mesmas...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LITERATURA

 

A cada dia aumenta o número de pré-candidatos em Feira de Santana, agora é Dilton Coutinho

Por Genaldo de Melo Mais um nome entra na fogueira das discussões e cogitações para ser candidato ao Paço Municipal em Feira de Santana, e o assunto não deixa de ser cogitado hoje em rodas de conversas, jornais, sites e blogs, além do mundo política da cidade. Dessa vez surge como candidato o radialista Dilton Coutinho, nome bastante conhecido nos meios de comunicação local. Ontem em entrevista no seu programa Acorda Cidade na rádio Sociedade de Feira FM o deputado federal Fernando Torres (PSD) disse ser pré-candidato a prefeito, mas caso Dilton resolva ser do mesmo modo, ele oferece seu partido para abrigar o comunicador como candidato: “Eu sou pré-candidato a prefeito de Feira de Santana, mas se você for Dilton Coutinho eu abro mão. O PSD está a sua disposição amigo Dilton Coutinho”, disse Fernando Torres, presidente do PSD no município. Do mesmo modo a discussão apareceu ontem na Câmara de Vereadores pela vereadora Eremita Mota (PDT e pelo vereador David Neto (PTN).

A verdade sobre o esvaziamento das palavras golpe e "Fora Temer"

Por Genaldo de Melo Com a falta de povo nas ruas a mídia trabalha constantemente o esvaziamento do sentido real da palavra "golpe" que está acontecendo de fato.  A palavra "golpe" repete-se, repete-se, e repete-se como um mantra que perdeu o significado.  Num momento tão crucial como este, em que o projeto de governo eleito pelo voto democrático está sendo trocado por outro completamente diferente e que não passou pelo crivo das urnas, substituíram as grandes mobilizações de massa pela ação individual alegórica, pois se pulverizou a indignação popular apenas na palavra “golpe” nas redes sociais e em cartazes.  É impossível não notar que isso ocorre ao mesmo tempo em que a tradicional mídia jornalística trocou a aguerrida cobertura dos acontecimentos econômicos e políticos por um atual tom de meras trivialidades.  Quem acompanha o noticiário político e econômico não deixou de perceber que a mesma indignação que impulsiona inúmeras matérias jornalísti...