Pular para o conteúdo principal

Juízes podem fazer greve por auxílio-moradia de mais de quatro salários mínimos

Por Genaldo de Melo
O escritor sergipano Ariosvaldo Figueiredo escreveu certa vez que “moralismo e juridicismo são vertentes ideológicas de uma pequena minoria conservadora”. Frase que nunca esteve tão atual como nos dias em que vivemos, onde quem deveria zelar pela moral e pelos bons costumes é quem mais envergonha o resto da sociedade.

Não se pode dizer que todos os juízes brasileiros se enquadram no papel de ativistas judiciais, mas que a grande parcela destes, desde que a parcela da população que se enquadra no conceito de Adorno de superioridade bem informada não concordou mais com os resultados das urnas, está deixando de ser os guardiões da lei para serem políticos no sentido mais literal da palavra.

Estes são de fato os conservadores mais exigentes como descreveu em suas sábias palavras o grande intelectual sergipano. Mas agora estes que se acham acima das convenções sociais estão passando dos limites, moralmente falando.

Quando trabalhadores que labutam o mês inteiro para ganhar menos do que mil reais se mobilizam em uma greve por mais direitos são chamados de vagabundos, e são condenados em muitos casos a pagarem indenizações diárias por dias paralisados, junto com suas organizações, pelos próprios juízes guardiões da ordem jurídica.

Mas quando juízes são acusados de falta de moral por receber mais de quatro salários mínimos de auxílio-moradia, sem precisar deste porque tem imóveis, e resolvem que vão fazer uma paralisação (uma greve) para não perder esse privilégio, ficam alguns beócios dizendo que eles são os "porretas" da sociedade, que podem sim, eles mesmos fazerem greve!

Que sociedade é essa mesmo que poucos homens, mesmo que tenham anos de esforços e estudos, ganham mais de trinta salários mínimos, e ainda assim, o próprio povo deve pagar impostos para pagar a moradia desses semideuses? Isso é o distúrbio da ordem, é a treva jurídica!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LITERATURA

 

A cada dia aumenta o número de pré-candidatos em Feira de Santana, agora é Dilton Coutinho

Por Genaldo de Melo Mais um nome entra na fogueira das discussões e cogitações para ser candidato ao Paço Municipal em Feira de Santana, e o assunto não deixa de ser cogitado hoje em rodas de conversas, jornais, sites e blogs, além do mundo política da cidade. Dessa vez surge como candidato o radialista Dilton Coutinho, nome bastante conhecido nos meios de comunicação local. Ontem em entrevista no seu programa Acorda Cidade na rádio Sociedade de Feira FM o deputado federal Fernando Torres (PSD) disse ser pré-candidato a prefeito, mas caso Dilton resolva ser do mesmo modo, ele oferece seu partido para abrigar o comunicador como candidato: “Eu sou pré-candidato a prefeito de Feira de Santana, mas se você for Dilton Coutinho eu abro mão. O PSD está a sua disposição amigo Dilton Coutinho”, disse Fernando Torres, presidente do PSD no município. Do mesmo modo a discussão apareceu ontem na Câmara de Vereadores pela vereadora Eremita Mota (PDT e pelo vereador David Neto (PTN).

A verdade sobre o esvaziamento das palavras golpe e "Fora Temer"

Por Genaldo de Melo Com a falta de povo nas ruas a mídia trabalha constantemente o esvaziamento do sentido real da palavra "golpe" que está acontecendo de fato.  A palavra "golpe" repete-se, repete-se, e repete-se como um mantra que perdeu o significado.  Num momento tão crucial como este, em que o projeto de governo eleito pelo voto democrático está sendo trocado por outro completamente diferente e que não passou pelo crivo das urnas, substituíram as grandes mobilizações de massa pela ação individual alegórica, pois se pulverizou a indignação popular apenas na palavra “golpe” nas redes sociais e em cartazes.  É impossível não notar que isso ocorre ao mesmo tempo em que a tradicional mídia jornalística trocou a aguerrida cobertura dos acontecimentos econômicos e políticos por um atual tom de meras trivialidades.  Quem acompanha o noticiário político e econômico não deixou de perceber que a mesma indignação que impulsiona inúmeras matérias jornalísti...