Por Genaldo de Melo

A violência no Rio de Janeiro sempre assustou o resto do país, e dizer
que ela não existe é coisa de mentecapto, e não de gente normal. Mas todo mundo
sabe que a violência é um dos grandes problemas sociais brasileiros, e não é
exatamente exclusividade do Rio de Janeiro. Dialogando melhor com a realidade
veremos que ela é muito pior em outros Estados, mas não fica tão evidência como
no Rio de Janeiro, exatamente por ser uma espécie de espelho de nossa sociedade
para o resto do mundo.
O que causa espanto a qualquer cidadão que em sã consciência acompanhou
toda a celeuma do carnaval até aqui, é que não precisa ser muito inteligente
para enxergar o barulho que a Rede Globo fez em torno do tema, resultando numa
decisão de exceção com uma intervenção militar, que para muitos não resolverá
nada, absolutamente nada, porque o Exército não nunca foi para policiamento, ele se presta ao papel é da guerra ou da defesa do território.
Se for analisar os dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de
Janeiro, veremos que como a violência não aumentou, mas simplesmente diminuiu no
último ano por lá, então o espetáculo protagonizado por Michel Temer não passa
de política, porque como a mídia fez a cabeça do cidadão também conseguiu
convencer de que o Exército brasileiro vai resolver o problema da violência, e
com isso o povo esquece da maldade que está por vir com a Reforma da
Previdência, a assim se construirá a grande tentativa de fazer com que a popularidade do
vampiro aumente um pouco.
A Rede Globo exagerou na dose, mas o Instituto de Segurança Pública (ISP) desmascarou essa narrativa, conforme apresentado pelo DCM, em que no período do carnaval “Roubos a pedestres tiveram o menor índice em três anos. Foram 1062
casos em 2018, contra 1485 em 2015, 1739 em 2016 e 1178 em 2017. Também houve
redução no furto a pedestres, quatro vezes menos do que em 2015. Em 2018 foram
584, contra 2144 de três anos atrás. Lesão corporal dolosa foi de 1808 para
1297. O furto de celulares — que foi de 711, 644, 506, respectivamente nos
últimos anos — chegou a 394. No total de ocorrências: 9062 contra 5865. Em
dezembro de 2017 foram registradas 66 vítimas a menos de letalidade violenta
(soma de homicídio doloso, homicídio decorrente de oposição à intervenção
policial, latrocínio e lesão corporal seguida de morte), uma queda de 10,9% em
relação ao mesmo mês de 2016.”
Se o motivo
para uma intervenção militar deve ser a violência então Michel Temer cometeu
mais erro para sua biografia de vampiro, pois a violência do Rio de Janeiro é
menor do que em outros Estados da Federação. De modo que deveria então começar
uma intervenção militar aonde a violência canta mais alto do que com os cariocas.
E para
desmascarar mais ainda as falácias de Temer Jefferson Miola escreveu o
seguinte: “No Atlas da Violência do IPEA, a taxa de 30,6 homicídios
a cada 100 mil habitantes em 2015 coloca o Rio na 18ª posição do país. Estão em
situação muito mais crítica que o Rio, portanto, outros 17 Estados que, em
tese, deveriam merecer absoluta prioridade de atenção antes do próprio Rio. Alguns
deles com taxas alarmantes, como Sergipe, com 58,1 homicídios/100 mil
habitantes; Alagoas, 52,3/100 mil; Ceará, 46,7/100 mil; Goiás, 45,3/100 mil;
Pará, 45/100 mil; Rio Grande do Norte, 44,9/100 mil; Pernambuco, com 41,2/100
mil etc. Por outro lado, o relatório de 2016 do Conselho Cidadão para a
Segurança Pública e Justiça Penal do México registra 19 cidades brasileiras
dentre as 50 mais cidades mais violentas do mundo. A única cidade do Estado do
Rio que figura na lista, entretanto, é Campos dos Goytacazes, em 19º lugar, com
56,4 homicídios por 100 mil habitantes. A lista inclui Natal, Belém, Aracajú,
Feira de Santana, Vitória da Conquista, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa,
São Luís, Fortaleza, Teresina, Cuiabá, Goiânia, Macapá, Manaus, Vitória e, em
49º lugar, a Curitiba dos fascistas da Lava Jato, com 34,9 homicídios por 100
mil habitantes.”
Diante desses
dados fica muito difícil de acreditar nessa narrativa de que o Exército
Brasileiro vai resolver até dezembro o problema da violência no Rio de Janeiro.
Tomara que tudo não passe de desconfiança nossa, e de material político para
contribuir com o próprio vampiro que tem um impopularidade abissal de mais de
90% da opinião pública. Tomara que seja apenas isso...!
Comentários
Postar um comentário