Por Genaldo de Melo
Nas eleições presidenciais do ano que vem, provavelmente aparecerão além dos nomes que estão bem colocados nas pesquisas que estão sendo realizadas, nos primeiros dois lugares polarizando Lula e Bolsonaro, também aparecerão aventureiros com o discurso de que têm a solução para salvar a pátria, mas que quem conhece os meandros do mundo político sabe muito bem que tudo não passa de mais do mesmo.
Agora uma coisa tem intrigado bastante quem acompanhou as duas últimas eleições presidenciais. Na realidade trata-se de como vai ser a participação da candidata derrotada por duas vezes seguidas, Marina Silva (REDE). Depois das eleições de 2014, ela num mesmo silêncio continuou sobre os problemas do Brasil, como fez entre 2010 até as proximidades das eleições de 2014.
Marina Silva tornou-se uma oportunista política para muitos que sabem o que significa a responsabilidade de ter mais de vinte milhões de votos numa eleição presidencial para ficar literalmente calada, e quando aparece simplesmente coloca os seus liderados contra o processo democrático para desaparecer de novo e ficar de longe vendo o circo pegar fogo.
Segundo o fundador da REDE, o antropólogo e cientista político Luís Eduardo Soares, que saiu do partido discordando da mudança repentina de Marina Silva em relação ao impeachment de Dilma Rousseff, ela simplesmente “queimou as caravelas” assumindo o mesmo discurso que pregava contra quando defendia a “nova política”. E com isso perdeu o timing que poderia ter para ser de fato a líder capaz de ser a próxima Presidente da República.
Mesmo ainda intrigando o mundo político, o silêncio de Marina Silva diante da grave crise que enfrentamos, o seu desaparecimento que como líder de mais de vinte milhões votos não poderia acontecer jamais, e a sua eterna ambiguidade política fizeram com que ela perdesse a capacidade de articular eleitores de centro, perdeu eleitores da esquerda que poderia muito bem capturar para si nesse momento, bem como perdeu também a capacidade de aglutinar em torno de si os eleitores evangélicos, que não são pouca coisa hoje no país.
Dialogando mais friamente com os elementos de como a política acontece, Marina Silva perdeu a grande oportunidade que teve na vida, porque quando apoiou a derrubada de Dilma Rousseff, que desestabilizou politicamente o país deixando a organização estranha que é o PMDB tomar o poder, e diante de todos esses problemas esconde-se para querer aparecer somente em meados de junho do ano que vem com as convenções partidárias, definitivamente seu capital eleitoral se esvaziou.
O grande perigo de tudo isso, pode ser a possibilidade desastrosa de grande parte de seus eleitores caírem no colo de um aventureiro que sempre ganhou dinheiro sem trabalhar, efetivamente sem produzir absolutamente nada para nosso país, que é a figura impoluta do engomadinho João Dórea. E mais perigoso ainda seria seus eleitores apoiarem um candidato que defende idéias ultrapassadas que foram utilizadas desastrosamente nos anos trinta e quarenta da Alemanha e da Itália do século passado, como Bolsonaro.
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