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Alba, espaço anti-imperialista e de cooperação entre povos

Editorial do Vermelho

Reveste-se do maior significado a realização, neste final de semana (4 e 5), da 11ª Reunião de Cúpula da Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América (Alba), ainda mais porque coincidiu com os festejos do 20º aniversário da insurreição cívico-militar liderada por Hugo Chávez e que abriu caminho para a vitória da Revolução Bolivariana.

Os chefes de Estado das nações da Alba analisaram em profundidade a crise estrutural do sistema capitalista, sacando a conclusão de que a região deve aproveitar as grandes potencialidades geopolíticas da Alba para lançar um projeto mais ambicioso na esfera econômica. Isto contribuirá em muito para a defesa da soberania econômica dessas nações, como também para promover o progresso econômico e social.

Importantes acordos foram adotados no conclave, dando-se passos de maior envergadura na integração econômica, política e militar. Os chefes de Estado da organização apontaram para a criação do Espaço Econômico da Alba (Ecoalba) e a consolidação do Sistema Unitário de Compensação Regional de Pagamentos (Sucre). Ganha assim a América Latina novos instrumentos de integração, o que redundará em força política para a região no atual quadro internacional.

Os líderes da Alba propuseram ainda a criação de um Conselho de Defesa entre os países que integram o bloco, visando à realização de exercícios militares conjuntos, a concertação de estratégias de defesa e a luta contra as bases militares estrangeiras. São válidos todos os esforços pra fazer com que a América Latina e o Caribe sejam uma região de paz.

A Cúpula de Caracas da Alba possibilitou ainda a tomada de posições conjuntas em política externa. Os líderes integracionistas aplaudiram o veto de Rússia e China a um projeto de resolução intervencionista e agressivo anti-Síria, solidarizaram-se com a Argentina em sua luta pelo controle soberano sobre as Ilhas Malvinas, contra o colonialismo britânico, e comprometeram-se a ajudar o Haiti.

A Alba é subestimada e ignorada no Brasil. À direita e à esquerda subsistem incompreensões sobre o papel que esta organização pode desempenhar no processo da integração latino-americana. Com indisfarçável chauvinismo e visão pragmática sobre a união continental – que muitos querem moldar decalcando a fracassada experiência da União Europeia e tomando como referência apenas os interesses comerciais das grandes corporações industriais, agrícolas e financeiras – não são poucas as forças políticas que encaram a Alba com desdém.

Mas a Alba não deve ser subestimada pelos movimentos sociais e políticos progressistas.

Trata-se de uma aliança de povos e nações independentes, que muito pode fazer pelo bem-estar econômico e social de suas populações e que tem direito de abrir caminho e ocupar espaço no mundo globalizado e marcado por ameaças neocolonialistas no plano econômico e de agressões imperialistas nos planos político e militar.

A Alba pode e deve conviver em harmonia com as demais iniciativas integracionistas da região. É um dos pilares mais consistentes do ponto de vista político-ideológico da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), criada no ano passado, sobre a qual o presidente cubano, Raúl Castro, disse ser o acontecimento político mais importante nos últimos 200 anos na América Latina e Caribe. É uma expressão viva do anti-imperialismo latino-americano.

Para além disso, a Alba é um espaço de cooperação entre povos e de apoio mútuo na luta por transformações estruturais no continente, como a reforma agrária, a defesa dos recursos energéticos e outras mudanças de caráter progressista.

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