08 de março foi comemorado o Dia
Internacional da Mulher. A data foi escolhida a partir da manifestações de
mulheres operárias, nos Estados Unidos, por melhores condições de trabalho. O
movimento, ocorrido no dia em 8 de março de 1857, foi duramente reprimido. Não
bastasse a violência, ocorreu um incêndio na fábrica que causou a morte de mais
de 100 operárias que trabalhavam na fábrica. Décadas depois, o 08 de março
ficou reconhecido oficialmente como o dia da mulher. E é em homenagem a elas
que esta lista foi criada.
No Brasil
- 1822: A arquiduquesa da Áustria e
imperatriz do Brasil, Maria Leopoldina Josefa Carolina, exerce a
regência, na ausência de D. Pedro I, que se encontrava em São Paulo. A
imperatriz envia-lhe uma carta, juntamente com outra de José Bonifácio, além de
comentários a Portugal criticando a atuação do marido e de dom João VI. Ela
exige que D. Pedro proclame a independência do Brasil e, na carta, adverte: “O
pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece”.
- 1827: Surge a primeira lei sobre
educação das mulheres, permitindo que freqüentassem as escolas elementares; as
instituições de ensino mais adiantado eram proibidas a elas.
- 1879: As mulheres têm autorização
do governo para estudar em instituições de ensino superior; mas as que seguiam
este caminho eram criticadas pela sociedade.
- 1885: A compositora e pianista Chiquinha
Gonzaga estréia como maestrina, ao reger a opereta “A Corte na Roça”. É a
primeira mulher no Brasil a estar à frente de uma orquestra. Precursora do
chorinho, Chiquinha compôs mais de duas mil canções populares, entre elas, a
primeira marcha carnavalesca do país: “Ô Abre Alas”. Escreveu ainda 77 peças
teatrais.
- 1887: Formou-se a primeira médica
no Brasil: Rita Lobato Velho. As pioneiras tiveram muitas dificuldades
em se afirmar profissionalmente e algumas foram ridicularizadas.
- 1917: A professora Deolinda
Daltro, fundadora do Partido Republicano Feminino em 1910, lidera uma
passeata exigindo a extensão do voto às mulheres.
- 1927: O Governador do Rio Grande do
Norte, Juvenal Lamartine, consegue uma alteração da lei eleitoral dando o
direito de voto às mulheres. O primeiro voto feminino no Brasil – e na América
Latina! – foi em 25 de novembro, no Rio Grande do Norte. Quinze mulheres
votaram, mas seus votos foram anulados no ano seguinte. No entanto, foi eleita
a primeira prefeita da História do Brasil: Alzira Soriano de Souza, no município
de Lages – RN.
- 1932: Getúlio Vargas promulga o
novo Código Eleitoral, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres
brasileiras. A primeira atleta brasileira a participar de uma Olimpíada, a
nadadora Maria Lenk, de 17 anos, embarca para Los Angeles. É a única
mulher da delegação olímpica.
- 1933: Nas eleições para a
Assembléia Constituinte, são eleitos 214 deputados e uma única mulher: a
paulista Carlota Pereira de Queiroz.
- 1937/1945: O Estado Novo criou o
Decreto 3199 que proibia às mulheres a prática dos esportes que considerava
incompatíveis com as condições femininas tais como: “luta de qualquer natureza,
futebol de salão, futebol de praia, pólo, pólo aquático, halterofilismo e
beisebol”. O Decreto só foi regulamentado em 1965.
- 1948: Depois de 12 anos sem a
presença feminina, a delegação brasileira olímpica segue para Londres com 11
mulheres e 68 homens.
- 1960: Grande tenista brasileira, a
paulista Maria Esther Andion Bueno torna-se a primeira mulher a vencer
os quatros torneios do Grand Slam (Australian Open, Wimbledon, Roland Garros e
US Open). Conquistou, no total, 589 títulos em sua carreira.
- 1979: Eunice Michilles,
então representante do PSD/AM, torna-se a primeira mulher a ocupar o cargo de
Senadora, por falecimento do titular da vaga. A equipe feminina de judô
inscreve-se com nomes de homens no campeonato sul-americano da Argentina. Esse
fato motivaria a revogação do Decreto 3.199.
- 1980: Recomendada a criação de
centros de autodefesa, para coibir a violência contra a mulher. Surge o lema:
“Quem ama não mata”.
- 1983: Surgem os primeiros conselhos
estaduais da condição feminina (MG e SP), para traçar políticas públicas para
as mulheres. O Ministério da Saúde cria o PAISM – Programa de Atenção Integral
à Saúde da Mulher, em resposta à forte mobilização dos movimentos feministas,
baseando sua assistência nos princípios da integralidade do corpo, da mente e
da sexualidade de cada mulher.
- 1985: Surge a primeira Delegacia de
Atendimento Especializado à Mulher – DEAM (SP) e muitas são implantadas em
outros estados brasileiros. Ainda neste ano, com a Nova República, a Câmara dos
Deputados aprova o Projeto de Lei que criou o Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher. É criado o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher
(Unifem), em lugar do antigo Fundo de Contribuições Voluntárias das Nações
Unidas para a Década da Mulher.
- 1988: Através do lobby do batom,
liderado por feministas e pelas 26 deputadas federais constituintes, as
mulheres obtêm importantes avanços na Constituição Federal, garantindo
igualdade a direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a lei.
- 1990: Eleita a primeira mulher para
o cargo de senadora: Júnia Marise, do PDT/MG. Zélia Cardoso de Mello
é a primeira ministra do Brasil. Ela assume a pasta da Economia no governo de
Fernando Collor (1990-92).
- 1993: Assassinada Edméia da
Silva Euzébia, líder das Mães de Acari, o grupo de nove mães que ainda hoje
procuram seus filhos, 11 jovens da Favela de Acari (RJ), seqüestrados e
desaparecidos em 1990. Ocorre, em Viena, a Conferência Mundial de Direitos
Humanos. Os direitos das mulheres e a questão da violência contra o gênero
recebem destaque, gerando assim a Declaração sobre a eliminação da violência
contra a mulher.
- 1994: Roseana Sarney é a
primeira mulher eleita governadora de um estado brasileiro: o Maranhão. Foi
reeleita em 1998.
- 1996: O Congresso Nacional inclui o
sistema de cotas, na Legislação Eleitoral, obrigando os partidos a inscreverem,
no mínimo, 20% de mulheres nas chapas proporcionais.
- 1996: A escritora Nélida Piñon
é a primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras.
Exerce o cargo até 1997 e é membro da ABL desde 1990.
- 1997: As mulheres já ocupam 7% das
cadeiras da Câmara dos Deputados; 7,4% do Senado Federal; 6% das prefeituras
brasileiras (302). O índice de vereadoras eleitas aumentou de 5,5%, em 92, para
12%, em 96.
- 1998: A senadora Benedita da
Silva é a primeira mulher a presidir a sessão do Congresso Nacional.
- 2003: Marina Silva, do
Partido dos Trabalhadores (PT) do Acre, reeleita senadora com o triplo dos
votos do mandato anterior, assume o Ministério do Meio Ambiente do governo
Lula.
No Mundo
- 1788: O político e filósofo francês
Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para
as mulheres;
- 1792: Na Inglaterra, Mary
Wolstonecraft escreve um dos grandes clássicos da literatura feminista – A
Reivindicação dos Direitos da Mulher – onde defendia uma educação para meninas
que aproveitasse seu potencial humano.
- 1840: Lucrécia Mott luta
pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
- 1857: Nos Estados Unidos, mo dia 8
de março, em uma fábrica têxtil, em Nova Iorque, 129 operárias morrem queimadas
numa ação policial porque reivindicaram a redução da jornada de trabalho de 14
para 10 horas diárias e o direito à licença-maternidade. Mais tarde foi
instituído o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, em homenagem a essas
mulheres.
- 1859: Surge na Rússia, na cidade de
São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
- 1862: Durante as eleições
municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
- 1865: Na Alemanha, Louise Otto
cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
- 1866: No Reino Unido, o economista
John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas.
- 1869: É criada nos Estados Unidos a
Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres.
- 1893: Na Nova Zelândia, pela
primeira vez no mundo, as mulheres têm direito ao voto.
- 1870: Na França, as mulheres passam
a ter acesso aos cursos de Medicina.
- 1874: Criada no Japão a primeira
escola normal para moças.
- 1878: Criada na Rússia uma
Universidade Feminina.
- 1901: O deputado francês René
Viviani defende o direito de voto das mulheres.
- 1923: No Japão, as atletas
femininas ganham o direito de participarem das academias de artes marciais.
- 1945: A igualdade de direitos entre
homens e mulheres é reconhecida em documento internacional, através da Carta
das Nações Unidas.
- 1948: A holandesa Fanny
Blankers-Koen, 30 anos, mãe de duas crianças, foi a grande heroína
individual da Olimpíada, superando todos os homens ao conquistar quatro
medalhas de ouro no atletismo.
- 1949: São criados os Jogos da
Primavera, ou ainda “Olimpíadas Femininas”. No mesmo ano, a francesa Simone
de Beauvoir publica o livro “O Segundo Sexo”, no qual analisa a condição
feminina.
- 1951: Aprovada pela Organização
Internacional do Trabalho a igualdade de remuneração entre trabalho masculino e
feminino para função igual.
- 1974: Na Argentina, Isabel Perón
torna-se a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente.
- 1975: Na Argentina, comemora-se o
Ano Internacional da Mulher. A ONU promove a I Conferência Mundial sobre a
Mulher, na Cidade do México. Na ocasião, é criado um Plano de Ação.
- 1983: Nos Estados Unidos, Sally
Ride é a primeira mulher astronauta. Voou na nave espacial Challenger.
- 1985: No dia 29 de agosto, foi
criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) com a finalidade de
promover em âmbito nacional, políticas que visem a eliminar a discriminação da
mulher, assegurando-lhe condições de liberdade e de igualdade de direitos, bem
como sua plena participação nas atividades políticas, econômicas e culturais do
País.
- 2001: Na Alemanha, Jutta
Kleinschmidt é a primeira mulher a vencer o Rali Paris-Dakar, na categoria
carros. Considerada a prova mais difícil do planeta – seu desafio é atravessar
o deserto – Kleinschmidt, com essa vitória, faz jus à força feminina, presente
em todas as atividades do mundo atual. Em 23 anos de disputa, jamais uma mulher
havia ganhado nessa competição.
- 2005: Na Alemanha, Angela Merkel foi
eleita a nova chanceler alemã, a primeira mulher a ocupar o cargo na história
do país. Ela foi aprovada para o cargo pelo Parlamento alemão, e teve 397 votos
a favor, contra 202 contra. Houve 12 abstenções.
Organização: Genaldo de Melo
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