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Mais um golpe da CIA na América Latrina

Messias Pontes - Vermelho

Os governos progressistas, eleitos democraticamente na América Latina, têm incomodado até demais os Estados Unidos, pois seus governos perdem o controle sobre esses países.


A Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) ajudou a derrubar o presidente venezuelano Hugo Cháves, em 12 de abril de 2002, através de um golpe militar. Contudo dois dias depois o povo levou Cháves de volta ao Palácio Presidencial. O golpe foi desmascarado e desmascarado ficou mais uma vez o imperialista norte-americano.

Sete anos depois, mais precisamente em 28 de junho de 2009, foi a vez da derrubada, por um golpe militar, do presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, que foi deportado do País, mas voltou numa operação espetacular e exilou-se na Embaixada brasileira em Tegucigalpa. Nos dois casos, o governo dos Estados Unidos apressou-se em reconhecer os governos fantoches.

Em artigo neste espaço, logo após o golpe em Honduras, eu alertei para o Brasil botar a barba de molho, pois o imperialismo ianque iria tentar outras aventuras no continente latino-americano. Os governos do nosso continente, com raríssimas exceções, sempre foram capachos dos Estados Unidos, mas esse quadro começou a mudar na última década. Com a descoberta do pré-sal no Brasil, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os Estados Unidos reativaram a sua IV Frota Naval que passou a vigiar os mares da América do Sul. Daí a necessidade do aparelhamento da Marinha de Guerra do Brasil que os neoliberais tucanos sucatearam e os governos democráticos de Lula e de Dilma Rousseff a mantiveram sucateada.

Agora foi a vez da oligarquia latifundiária, das elites empresariais e sua mídia conservadora, venal e golpista, a serviço das transnacionais Monsanto e Cargill, com a ajuda da CIA, derrubar o governo democrático e popular do presidente Fernando Lugo, no Paraguai, no último dia 22 de junho. Num ato sumário, em menos de 30 horas o congresso paraguaio decretou o impeachment do presidente da República. Como nos casos da Venezuela e de Honduras, agora o governo norte-americano apressou-se em reconhecer o governo títere de Federico Franco, o mesmo fazendo o Vaticano, numa atitude mesquinha, pois Lugo, que era bispo da Igreja Católica, deixou a batina para se candidatar a presidente do seu país. Ele deixou a igreja mas não deixou a Teologia da Libertação que é condenada pela igreja conservadora e elitista.

A exemplo de Hugo Cháves e Manuel Zelaya, Fernando Lugo fazia um governo popular, adotando políticas sociais de inclusão com distribuição de renda para as camadas mais miseráveis da população. O ódio de classe das oligarquias é que impulsionou o Golpe de Estado nesses países. No Paraguai, 85% de toda terra está concentrada nas mãos de 2% de ricos latifundiários.
Um documento da Embaixada dos Estados Unidos vazado pelo WikiLeaks, em junho de 2008, afirma que “Lugo tem princípios populistas (não necessariamente incendiários). A reputação de honestidade lhe ajudou a ganhar, porém necessitará um pouco da ajuda do céu para exercer a Presidência “. Precisa dizer mais?

As forças comprometidas com o atraso no Brasil também aplaudiram o golpe de Estado contra o presidente Fernando Lugo. Foi vergonhosa a posição assumida por vários senadores, destacando-se Paulo Bauer (PSDB-SC), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Sérgio Souza (PMDB-SC). Contudo o que mais causou espanto foi a defesa do golpe feita pelo pedetista de Mato Grosso, Pedro Taques, ex-procurador da República e professor de Direito Constitucional. O que diria Leonel Brizola se vivo fosse? Certamente pediria a sua expulsão do PDT. Uma vergonha!

Está provado que no confronto do último dia 15, em Curuguaty, onde morreram 11 trabalhadores rurais sem terra e sete policiais, houve a participação ativa de franco-atiradores treinados pala CIA para assassinar o maior número possível e jogar a culpa do massacre nas costas de Fernando Lugo, e isto servir de pretexto para o seu impeachment. Esta é a verdade que a velha mídia conservadora, venal e golpista não divulga.

Porém os democratas sul-americanos estão a exigir a expulsão do Paraguai do Mercosul e da Unasul e o imediato ingresso da Venezuela no Mercado Comum Sul-Americano. O completo isolamento do Paraguai enquanto a normalidade constitucional não for restabelecida naquele país é o que exigem os democratas de todo o mundo, e em especial os da América Latina.

O governo brasileiro não deve ceder um milímetro sequer.

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