A mágica de melhorar os costumes morais na política não vai vir agora na urnas no Rio de Janeiro, caro Jean!
Por Genaldo de Melo
Por mais que não se queira admitir,
a questão moral em muitos casos passa bem distante da política, exatamente
porque a política é a arte que se faz com muitos, e não com apenas um indivíduo
moralmente sadio. O indivíduo por mais animal político que seja, e tenha uma reputação
sumariamente ilibada, ele vai ter que conviver com gente que não tem o mínimo
de caráter na política, porque é da própria natureza da política existir bons e
ruins.
Partidos de extrema esquerda
atribuem à moral o centro do giro político, o que é um erro de avaliação porque
os homens de maus instintos são maioria, porque eleitoralmente a maioria dos
cidadãos os escolhem nas urnas.
De modo que pode ser um erro
membros do PSOL acharem que somente eles são honestos e de reputação ilibada, e
que em vez de bater politicamente nos golpistas nas eleições municipais do Rio
de Janeiro, escolhem bater em Jandira Fegalli. E se Jandira for para o segundo
turno eles vão deixar de apoiar ela, porque não querem negócio com PT e com
PCdoB? Ou vão apoiar golpistas que sem votos golpeiam a democracia? Pelo menos Jandira
tem história de luta na esquerda e reputação comprovadamente ilibada!
Como escreveu hoje em texto
Pepe Damasco, como conselho o PSOL não pode cometer o erro do PT quando no seu
início achava que era o vestal da moral e dos bons costumes, pois em qualquer
partido político existe gente boa e gente de mau caráter. Se os psolistas
pensam dessa forma, então o PSOL não é um partido político para o poder, porque a
sociedade não é formada somente de santos. E como culturalmente os cidadãos nunca
escolhem os melhores para o parlamento, então no dia em que eles chegarem ao poder vão ter que
criar outro partido para ver se acertam em puros.
Provavelmente deve ter sido
uma infelicidade do bom deputado federal Jean Willys, que em vez de bater
politicamente nos candidatos da direita no Rio de Janeiro, por infelicidade
está batendo numa legítima representante da moral e dos bons costumes, e de
reputação sumariamente ilibada. Assim não une a esquerda, desune e dá vazão aos
golpistas ganharem. Se o PSOL quer pensar assim, que pense, mas ninguém governa quando
os canalhas são maioria sem a prerrogativa da negociação criando reservas!
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