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O novo bourrage de crâne de Aécio Neves

Por Genaldo de Melo


Não passou despercebido o discurso dos representantes de partidos políticos e representantes do governo, a preocupação em avaliar as primeiras grandes manifestações populares, que ocuparam as ruas do Brasil, contra o novo governo instalado na força política de um Congresso conservador, e sem compromisso com as regras democráticas, que estabelece que no Brasil o poder político deve ser exercido pelo voto popular.

Antes disso, necessariamente dois fatores chamaram a atenção da Opinião Pública. Primeiro foi a opinião em editoriais dos dois maiores jornais do país, a Folha de São Paulo e o Estadão, que prevendo que  povo e os movimentos sociais iriam e vão paras as ruas, resolveram classificar como criminosa todas as manifestações, bem como aconselhar que o governo tome providências na base da “porrada”.

Em segundo lugar, foi a opinião do próprio atual Presidente da República, que disse que as manifestações não passariam de 40, 50 ou 100 pessoas, que como depredadores de patrimônio público não mereceriam muita atenção. Além de provavelmente também merecerem “porrada”.

Para surpresa do presidente e dos jornais, somente na Avenida Paulista, apareceram espontaneamente mais de 100 mil pessoas. E é lógico que isso se torna motivo de preocupação. Mas chamou a atenção a opinião de dois expoentes do novo projeto político que pretende governar a nação a partir de agora, bem como se coloca com alternativa de projeto para 2018: Henrique Meirelles e Aécio Neves.

Henrique Meirelles, talvez o sujeito que mais vai se tornar telhado de vidro no governo de Michel Temer, pois ficará responsável direto por todas as ações impopulares (já que Temer tem dado demonstrações claras de que não enfrenta as câmeras, e nem a Opinião Pública), minimiza a situação, e diz que as manifestações apesar de impressionar pelo tamanho, não incomoda porque faz parte da democracia. Não é nenhum exagero dizer que ele vai descobrir isso depois que colocar no Congresso Nacional as reformas previdenciárias e trabalhistas, e o povo de fato descobrir a verdade por trás da mentira.

O outro sujeito que também opinou sobre as manifestações das ruas foi o “bom vivant”, que é senador por Minas Gerais, mas mora em Copacabana, no Rio de Janeiro, Aécio Neves. Este tenta imputar a tese, ao modo “bourrage de crâne’ de que as recentes manifestações do povo nas ruas é apenas um fenômeno passageiro, e que com o tempo elas naturalmente serão esvaziadas. Não é exagero nenhum dizer para este, que ele como formador de opinião está tentando persuadir os seus com informações erradas para tranqüilizá-los, pois como a história é a prova dos nove, ele deveria reler a própria, pois em todos os momentos em que os brasileiros foram prejudicados politicamente, eles reagiram. E não vai ser agora que vão fraquejar!

Uma coisa foi derrubar o governo com o voto de 513 deputados federais e 81 senadores, porque eles foram eleitos para decidir certo ou errado segundo suas consciências individuais, outra coisa é aquietar quem de direito pode protestar nas ruas contra quem está lhes prejudicando!

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