Por Genaldo de Melo

Não concordo, absolutamente não concordo que
adversários políticos possam e devam ser necessariamente inimigos do ponto de
vista pessoal, pois para eu isso ultrapassa os limites da civilidade e da
condição da convivência humana. Vejo que em tempos recentes certos movimentos
desencadeados por indivíduos e grupos sociais no Brasil pregam abertamente o
conceito de política não como disputa educada e civilizada, mas como se fosse
guerra em que o inimigo deve morrer, e pronto!
Tal pensamento é muito perigoso para o
cumprimento dos acordos de convivência dentro de um contexto de diversidades em
todos os níveis, seja religioso, cultural, social, econômico e político. Isso se
torna motivo maior de preocupação, porque independente de quem seja o agente
político responsável pelas decisões políticas, ainda assim, deveremos todos como
brasileiros obrigatoriamente sob o mesmo regime viver juntos.
As disputas jamais vão terminar, porque isso
é da natureza da política como "coisa em si". Agora o que não se deve, e não se
pode, é defender em viva voz a morte ou o extermínio dos contrários. O que não se
pode em democracia é o ódio pessoal ou grupal!
É da natureza do fascismo o ódio e o desejo
de extermínio humano na política, e não dos regimes democráticos. Se eu não
concordo com o governo ilegítimo de Michel Temer, não tenho, e absolutamente
não tenho o direito de lhe desejar a morte. O direito que me permite é ir às
ruas manifestar minha opinião e exigir que ele respeite a democracia, renuncie
ou convoque logo novas eleições.
Se outro indivíduo ou grupo social não
concorda com o que eu penso, não concorda com o projeto político de Lula, Dilma,
Requião, Ciro, Jandira, do PCdoB, PT e partidos de esquerda, e movimentos
sociais que o defendem, nenhuma lei ou convenção lhe dá o direito de não
respeitar essa nossa opinião, e desejar até mesmo nosso extermínio físico.
Então é bom que nos respeitemos, e que nossa
guerra seja a guerra de idéias, e que vença o melhor no voto, mesmo sabendo que
em política não existe batalha final, mas batalhas de momentos, pois sempre
deverão ter outras, porque é da natureza da democracia.
As pessoas e grupos sociais que pensam a
política como ódio devem estudar um pouco de história para saber que ódio na
política é fascismo. E que ele nunca foi bom quando de fato existiu, não pode ser
bom agora para existir, e jamais vai ser algum dia bom para os brasileiros, que
prezam a paz. Ele começa assim em movimentos de idéias uniformizadas desejando
nossa morte quando não concorda quando escrevemos em apenas um blog de opinião que
as pessoas acessam, destilando ódio. E ódio nunca foi e não é, e nunca vai ser
política. O ódio político é começo do inferno!
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