Por Genaldo de Melo
Após manter um silêncio ensurdecedor, o presidente nacional do PSDB,
Aécio Neves, declarou na quinta-feira, 27, que o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perde as condições de presidir a Câmara se
virar réu na Lava Jato. A afirmação estremeceu a aliança informal entre o
peemedebista e o PSDB na Casa. PSDB havia se aliado a Cunha pela oportunidade de conseguir
operacionalizar a interrupção do mandato da presidente Dilma Rousseff. O
plano foi por água abaixo com a denúncia contra Cunha feita ao Supremo
Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Durante viagem a Nova York para participar da Assembleia os
Presidentes de Parlamentos, Eduardo Cunha manifestou a deputados tucanos
descontentamento com a fala de Aécio. Recebeu a garantia de que o
senador iria a público na sexta (28) amenizar o tom da declaração, o que
não ocorreu. Com o desembarque de Aécio do barco de Eduardo Cunha, interlocutores
do governo atribuem a uma questão de tempo a adesão da oposição ao “fora
Cunha”, o que sepultará de vez a tese de impeachment. O presidente da Câmara é acusado pela Procuradoria-Geral da República
de cobrar e receber propina de US$ 5 milhões do esquema de corrupção da
Petrobras. Ele tem até o dia 10 para apresentar sua defesa no STF. A
corte decidirá se rejeita a denúncia ou se a aceita, o que tornaria
Cunha réu no processo. (247)
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