Por Genaldo de Melo

Depois de instituições como Globo e
Bradesco se posicionarem contra o eventual impeachment da presidente
Dilma Rousseff, a elite empresarial fechou consenso contra o golpe nos
últimos dias. Nesta terça-feira, quem explicitou sua posição foi a Folha de S. Paulo, comandada pelos irmãos Frias. "Se o
julgamento do impeachment é sobretudo político, não se deve ignorar que
ele também contém muito de jurídico. Uma deposição assentada em razões
banais traria instabilidade interna e mancharia a imagem do país aos
olhos da comunidade internacional – o Brasil em tese superou sua fase de
república das bananas", disse Otávio Frias Filho, em editorial (leia aqui). É uma posição alinhada com a de dois
representantes da elite econômica, que também explicitaram suas
posições no fim de semana. Um deles, Roberto Setubal, do Itaú-Unibanco
(leia aqui sua entrevista). "Por
corrupção, até aqui, não tem cabimento. Não há nenhum sinal de
envolvimento dela com esquemas de corrupção. Pelo contrário, o que a
gente vê é que Dilma permitiu uma investigação total sobre o tema. Era
difícil imaginar no Brasil uma investigação com tanta independência. A
Dilma tem crédito nisso", disse ele. Sobre as chamadas 'pedaladas
fiscais', ele também se manifestou. "Isso é grave e pode merecer algum
tipo de punição. Mas não me parece ser motivo para tirar a presidente.
Até porque presidentes anteriores a ela passaram por situações
semelhantes. Seria um artificialismo querer tirar a presidente neste
momento. Criaria uma instabilidade ruim para nossa democracia", afirmou. Além dele, o ex-ministro da Fazenda,
Maílson da Nóbrega, também apontou a democracia como um bem maior, a
ser preservado. "O segundo impeachment no Brasil, apenas trinta anos
depois do fim do regime autoritário, banalizaria o instrumento, inibindo
o amadurecimento da democracia", disse ele. "O voto nas eleições
presidenciais – e não o impeachment – será a melhor via para julgar a
presidente Dilma". Todos esses movimentos isolam ainda
mais o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e alas da oposição que decidiram
apostar na instabilidade política.(Brasil247)
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