Por Genaldo de Melo

Pelo menos 17 deputados estaduais na Assembleia Legislativa da Bahia
(ALBA) aguardam a definição da janela partidária que se encontra em
discussão no Congresso Nacional para decidirem se saem ou não das suas
legendas atuais. O tema já foi aprovado na Câmara Federal, mas deve
passar também pelo Senado, e sendo promulgado pela Casa, os
insatisfeitos com seus partidos terão o prazo de 30 dias para levantar
voo rumo ao destino que bem entender sem risco de perda do mandato. Na ALBA, o cenário de espera indica que o governo do estado é quem
poderá sair ganhando em peso político, pois poderá receber alguns
membros da oposição e passar por algumas mudanças dentro da própria
base. No entanto, o lado positivo só se concretizará se for oficializado
o Partido Liberal (PL), articulado na Bahia pelo presidente do
Legislativo, Marcelo Nilo, ainda no PDT. A criação da legenda já foi
negada pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas ainda há chances de
reversão. Conforme levantamento feito pela Tribuna, nos bastidores
existem os seguintes parlamentares no aguardo de uma definição do PL:
Nilo, Euclides Fernandes, Vitor Bonfim e Roberto Carlos, todos do PDT;
Nelson Leal, hoje no PSL; Reinaldo Braga, atualmente no PR e Jurandir
Oliveira, do PRP. O caso mais drástico deve ocorrer no PTN, que, segundo um deputado
que não quis se identificar, a tendência é a legenda "se tornar um pó". O
partido, que era oposição e iniciou a legislatura com três deputados,
migrou para a base do governador Rui Costa no início do ano e o ato
gerou insatisfações em diversos setores da agremiação. O primeiro a cair fora do barco devido ao seu histórico de
oposicionista foi Carlos Geílson, que deve ir para o PSDB. Alan Castro,
mais reservado e sem demonstrar muito sua indignação, pode aportar no PR
ou no PSC. Se precisar de alguém para apagar as luzes, o último a sair
deverá ser Alex Lima, presidente da Comissão de Orçamento, Finanças,
Orçamento, Fiscalização e Controle da AL, que tem sido contrariado com
algumas atitudes da direção do seu partido. Anteontem, por exemplo, Lima
deu início a um fogo amigo ao endossar o pedido da oposição que quer
verificar todos os contratos do Departamento de Trânsito da Bahia
(Detran) sob suspeita de irregularidade. O órgão é dirigido por Maurício
Bacelar, ex-presidente do PTN e irmão do atual presidente, João Carlos
Bacelar. Segundo informações que circulam nos corredores da AL, Lima não
fica no reduto peteenista e seu destino será o PSB, da senadora Lídice
da Mata. Duas derrotas que a oposição poderá sofrer também serão, por tabela,
mais uma baixa no PV, presidido no estado por Ivanilson Gomes. Os dois
deputados do PV podem cair no ninho governista, já que Marquinhos Viana
está com conversas avançadas para ingressar no PSB e existem rumores de
que Marcell Moraes também pode sair da sigla e migrar para o PSD, do
senador Otto Alencar. Dois ganhos para a base do governo. Enquanto isso,
Janio Natal, hoje PRP, estaria negociando sua ida para o PTN. Apesar de ser um fiel apoiador do governo petista, o deputado
Sargento Isidório integra atualmente o PSC, partido de oposição a Rui.
Agora, a cúpula do Palácio de Ondina estuda um partido para o pastor,
que deverá sair candidato à prefeitura de Salvador e dentre as
possibilidades estão o PP e o PTN. A oposição poderá ser reforçada, por sua vez, com possível chegada do
deputado Alan Sanches, hoje no PSD, mas prestes a ir para o PSDB ou até
o DEM, do prefeito ACM Neto. O parlamentar, que preside a Comissão de
Saúde da AL, se rebelou contra a articulação política do governo Rui
Costa a situação culminou em seu pedido de desfiliação da agremiação.
Ainda dentro do campo oposicionista, é prevista a movimentação interna,
de uma casa para outra. O democrata Pablo Barrozo estaria articulando
sua ida para o Solidariedade e Targino Machado teria como destino o PMDB
ou o PSDB. No caso de Machado, o motivo da saída da legenda democrata
seria atritos com o prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo (DEM),
virtual candidato à reeleição. (Tribuna)
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