Por Genaldo de Melo
Denunciado pelo Ministério Público Federal ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro,
no âmbito da Operação Lava Jato, o senador Fernando Collor (PTB-AL) fez
várias acusações ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
durante a sabatina desta quarta-feira (26). Janot precisa ser aprovado
pelo Senado para ser reconduzido ao cargo. Entre vários questionamentos, Collor acusou Janot de querer ser visto como “novo super-homem” e de vazar informações sigilosas dos processos. Janot respondeu dizendo que “o
que tem sido chamado de espetacularização da Lava Jato, nada mais é do
que a aplicação de princípio fundamental de uma República: todos são
iguais perante a lei”. O senador alagoano afirmou que Janot agiu com promiscuidade à frente do
Ministério Público, por ter acolhido contraventores em sua casa de Angra
dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. “Não participarei da exumação pública de um homem que sequer pode se defender”, rebateu Janot, depois de explicar que um dos contraventores a quem Collor se referia era seu irmão, morto há cinco anos. Collor acusou Janot de ter contratado a empresa
Oficina da Palavra, sem licitação, para fazer a campanha dele ao cargo
de chefe do Ministério Publico Federal em 2013 e de, após ser eleito,
ter nomeado o dono da empresa, Raul Pillati, como secretário de
Comunicação da Procuradoria-Geral da República. "A Oficina da Palavra não é empresa de publicidade, é uma empresa
que, nesses contratos, presta consultoria e treinamento de media
training [treinamento para se relacionar com a imprensa] para membros do
Ministério Público Federal. Aliás, [a empresa] presta treinamento de
media training para vários ministérios públicos, juízes e magistrados de
vários estados", explicou Janot. O senador quis saber detalhes do aluguel de uma casa no Lago
Sul por R$ 46 mil mensais, que não teria habite-se (documento que
autoriza ocupação de imóvel) para uso da Procuradoria-Geral da
República. Janot esclareceu que o imóvel foi alugado para abrigar a
recém-criada 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público. "Foi sugerida a locação do imóvel, segundo critérios técnicos e
menor custo em relação à área útil. No entanto, por ter sido apresentada
carta de habite-se materialmente falsa para uso institucional, expedida
pela Administração Regional do Lago Sul, bem como plantas
arquitetônicas diversas das que foram visadas por aquele órgão, antes da
ocupação pelo MPF, o contrato foi rescindido, e não houve pagamento de
aluguel”, respondeu o procurador-geral. (AB)
Comentários
Postar um comentário