Por Genaldo de Melo
O plenário do Senado aprovou ontem (25) mais uma proposição
relacionada à reforma política elaborada pela comissão especial criada
para cuidar do tema na Casa. A proposta de emenda à Constituição (PEC) estabelece cotas para mulheres nas vagas do Legislativo. O texto aprovado prevê reserva de 10% das cadeiras em todas a Casas
Legislativas – municipais, estaduais, distrital e federais – nas
próximas eleições, 12% nas eleições seguintes e 16% nas que se seguirem.
A PEC foi aprovada em primeiro turno e ainda precisa ser votada em
segundo turno antes de seguir para a Câmara dos Deputados. Os deputados já rejeitaram uma proposição que estabelecia cotas para a
participação feminina em cargos eletivos, mas o relator na comissão
especial, Romero Jucá (PMDB-RR), garantiu que a nova PEC proposta é
diferente do texto anterior. Segundo Jucá, a principal diferença é que o
texto rejeitado previa cotas permanentes e o de agora estabelece um
período de três legislaturas com reserva de espaço. Várias senadoras presentes na votação comemoraram a aprovação da PEC. Autora
de uma legislação que estabeleceu cota para candidatas nas eleições, a
senadora Marta Suplicy disse que as mulheres enfrentam ainda muita
dificuldade dentro dos partidos. “É muito importante poder dar essa chance a essas mulheres. E os
partidos vão mudar a seleção das candidatas, porque hoje é para fazer
número. Precisa haver um número x, então pedem à secretária, à vizinha, à
amiga da mulher, a quem quer que seja para ser. Aí nós não temos nem
mulheres de verdade competindo e ficamos sempre na mesma situação”, disse. (AB)
Comentários
Postar um comentário