Por Genaldo de Melo

A defesa do lobista Julio Camargo, delator da Operação Lava Jato que
afirma ter pago US$ 5 milhões de propina a Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados e outros investigados
operam de acordo com “lógica de gangue”. De acordo com os advogados, a
CPI da Petrobras tem tomado “uma série de medidas para desmoralizar a
investigação”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. As declarações estão contidas em documento que apresenta as alegações
finais de Camargo à Justiça, anexado aos autos do processo ontem (29).
“A reação dos investigados contra o colaborador ocorrem em várias
instâncias informais, que vão desde a maledicência à calúnia descarada e
formais com o uso da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobrás
para desencorajar e desacreditar a colaboração prestada por Camargo,
está em vigor a ‘moral da gangue’, que acredita por triunfar pela
vingança, intimidação e corrupção”, escreveram os defensores Antonio
Augusto Figueiredo Basto, Luis Gustavo Rodrigues Flores, Rodolfo Herold
Martins, Adriano Sérgio Nunes Bretas e Tracy Joseph Reinaldet, que
assumiram o lugar de Beatriz Catta Preta. “Ameaçam o Poder Judiciário e o colaborador com ‘um troco’, cientes
do poder econômico e político que desfrutam deixam no ar um lembrete –
‘Hoje investigado , amanhã faço a lei’, basta ver o que a CPI tem tomado
uma série de medidas para desmoralizar a investigação, convocando
familiares de colaboradores e pedindo a quebra de seus sigilos bancários
e fiscais, além de medidas de coação contra Delegados Federais e
advogados, a lógica da gangue continua vigorando: intimidação e
corrupção”, adicionaram os advogados. No último dia 16, Julio Camargo disse à
Justiça, em depoimento, que o atual presidente da Câmara lhe cobrou, em
2011, US$ 5 milhões de propina para manter contratos de navios-sonda
firmados pela coreana Samsung em parceria com a japonesa Mitsui. Camargo
relatou ter depositado o dinheiro a Fernando Baiano, outro investigado
pela operação, em contas no exterior, e que parte dos recursos seria
repassada a Cunha. (Fórum)
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