Por Genaldo de Melo
Depois de mais de 30 anos de Rede Globo, o ator Pedro Cardoso deixou a
emissora no final de 2014. O ano marcou o encerramento, depois de 14
temporadas, da série “A Grande Família”, na qual interpretou o
inesquecível Agostinho Carrara. Também será lembrado por ele como o de
uma experiência traumática, o quadro “Uãnuêi”, interrompido pelo
“Fantástico” depois de apenas quatro episódios (de um total de dez). Pedro Cardoso está, no momento, em cartaz com uma peça muito
elogiada, “O Homem Primitivo”, na qual divide autoria, direção e o palco
com sua mulher, Graziella Moretto. Esta semana, encerra-se, com casa
lotada, a temporada paulistana, no Teatro Frei Caneca, e na próxima
semana tem início no Rio, no Teatro das Artes. “Tive uma experiência traumática no ‘Fantástico’. Fizemos um quadro
de improviso, improviso verdadeiro, não esse improviso falso, que às
vezes se tenta fazer. A equipe do ‘Fantástico’ não gostou. E obviamente,
quando não gostam, dizem que teve dificuldade de audiência. Acho que
não era crise de audiência, não. Era mesmo um problema ideológico”,
afirma. E acrescenta: “A televisão no Brasil se dedicou a construir uma
espécie de país que não é verdadeiro. O ‘Fantástico’ trata dos assuntos
com uma falsa verdade, na minha opinião. Até quando diz que uma coisa é
verdade, parece entretenimento, uma coisa bobinha, engraçadinha. Eu faço
uma coisa que é engraçada mesmo, não engraçadinha. A gente mandou dez
programas prontos. Na hora de escolher os primeiros, foram escolhidos os
mais amenos.” Na visão do ator, “a televisão brasileira está com muito medo da
internet”. “E está um pouco acovardada, um pouco conservadora. Ela está
mudando só na maquiagem.” (DCM)
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