Por Genaldo de Melo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta quarta-feira 29
com uma ação judicial por reparação de danos morais contra os
responsáveis pela matéria de capa da revista Veja desta semana. São
alvos da ação contra a revista Veja Robson Bonin, Adriano Ceolin e
Daniel Pereira, que assinam as reportagens de capa da edição 2.436, que
chegou às bancas em 25 de julho, além do diretor de redação Eurípedes
Alcântara. CartaCapital apurou que Lula também avalia com seus
advogados a possibilidade de processar a revista Época. A exemplo da
publicação da editoria Abril, e revista da editora Globo tem publicado
uma série de reportagens contra o ex-presidente – classificadas como “mentirosas” por sua assessoria. A
revista Veja esta semana afirma que: 1) Lula teria sido “operado” pela
OAS. E complementa: “operar, significa, em bom português, comprar”; 2)
“Lula patrocinou o esquema de corrupção na Petrobras”; 3) Marcos Valério
teria “blindado” Lula e seria um “antigo comparsa” e 4) “o
ex-presidente se beneficiou fartamente da farra do dinheiro público
roubado da Petrobras”. A revista não apresentou provas ou
documentos de nenhuma das acusações, e baseou todo o seu material em uma
suposta intenção do empreiteiro Léo Pinheiro de fazer uma delação
premiada. Segundo a revista, Pinheiro teria as informações publicadas. O
próprio executivo, contudo, soltou a seguinte nota à imprensa no sábado
25, data em que a revista começou a circular: “Sobre a
reportagem da Veja deste final de semana, José Aldemário Pinheiro e seus
defensores têm a dizer, respeitosamente, que ela não corresponde à
verdade. Não há nenhuma conversa com o MPF sobre delação premiada,
tampouco intenção nesse sentido”. Os advogados de Lula chamam o
texto e a capa de “farsa” e sustentam que tudo foi “inventado” pelos
réus. “O texto é repugnante, pela forma como foi escrito e pela absoluta
ausência de elementos que possam lhe dar suporte”, destacam os
advogados de Lula na ação -- aqui a íntegra da ação. Ainda
de acordo com a defesa de Lula, Eurípedes Alcântara, apesar de não
assinar o texto, foi incluído na ação porque “na condição de diretor de
redação e diretor editorial da revista Veja aprovou a versão final que
foi às bancas. Não há dúvida, portanto, de que o corréu Eurípedes
Alcântara também com correu para a prática dos ilícitos expostos.” A
peça reafirma também que, de acordo com jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça, “a liberdade de comunicação e de imprensa pressupõe
a necessidade de o jornalista e/ou o veículo pautar-se pela verdade”. A
assessoria do ex-presidente diz ainda que “a reportagem repete práticas
comuns a Veja: mente, faz acusações infundadas e sem provas, apresenta
ilações como se fossem fatos, atribui falas e atos, não tem fontes e
busca atacar, de todas as formas, a honra e a imagem do ex-presidente
Lula”. (CC)
Comentários
Postar um comentário