Por Genaldo de Melo

Reduzir a informalidade no trabalho rural e qualificar e promover o
acesso dos trabalhadores do campo a políticas educacionais são as
principais metas do Plano Nacional dos Trabalhadores Rurais Empregados
(Planatre), lançado hoje (29) pelo governo federal, em Brasília. Instituído como consequência da Política Nacional para os Trabalhadores
Rurais Empregados (Pnatre), o plano é dividido em quatro eixos
(capacitação profissional
e ampliação da escolarização; combate à Informalidade; criação de
oportunidades para geração de trabalho, saúde e assistência social e
segurança do trabalhador rural. De acordo com a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, dos 4 milhões de
trabalhadores rurais do país, quase 68,7% estão na informalidade. Eles
atuam, principalmente, em cinco cadeias produtivas, entre as quais a
lavoura e a pecuária (21,8%) e a agricultura (12,8%). Ainda de acordo
com a Pnad, de cada dez trabalhadores rurais empregados, quatro
contribuem para a Previdência Social. Entre os informais, apenas 5,1%
contribuem. De acordo com o secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Elias
D'Ângelo Borges, a alta informalidade no campo faz com que os
trabalhadores não tenham direitos, como o da aposentadoria. “Se tivermos ações de combate à informalidade, o trabalhador vai ter acesso às políticas públicas, como aposentadoria." Segundo Borges, mais de 60% dos trabalhadores rurais estão fora da Previdência Social. "Com
o plano, as políticas de escolarização e qualificação profissional vão
melhorar a vida do trabalhador, possibilitando que ele tenha acesso a
novos e melhores postos de trabalho.” Para o presidente da Contag, Alberto Ercílio Broch, a implementação do
Planatre é uma conquista dos produtores rurais. Ele destacou a falta,
até então, de uma política nacional dirigida aos assalariados do campo e
ressaltou que os trabalhadores rurais precisam não só de formalização,
mas também de políticas de saúde, formação, educação. "E essa
política [Planatre] prevê o atendimento a esses mais de 4 milhões de
assalariados rurais. É essa peãozada que produz toda a riqueza do campo”, disse Broch. De acordo com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, a fiscalização
eletrônica ampliou o alcance de monitoramento das empresas, mas ainda há
um déficit grande de auditores fiscais para monitorar a situação do
trabalho no campo. “O ministério, sem auditor fiscal, não existe.
Conseguimos agora realizar concurso para contratação de 350 auditores,
mas nosso déficit é muito grande e demoraremos um tempo para preencher
essa lacuna”, reconheceu o ministro. Dias informou que, nos últimos meses, foram enviadas mais de 950 mil
correspondências a vários setores alertando sobre irregularidades na
contratação de mão de obra. “Com o planto, esperamos formalizar,
até de forma modesta, cerca de 400 mil trabalhadore, o que implicaria
aumento de R$ 2,4 bilhões da arrecadação.” (AB)
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