Por Genaldo de Melo
Dados recentes da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) apontam um fato grave que vem acontecendo nas administrações públicas pelo Brasil afora, e principalmente no Estado da Bahia. Poucas prefeituras , bem como a maioria dos gestores públicos, sabem administrar seus recursos para o financiamento da máquina pública. Segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), baseado em dados de 2006 a 2010, nada mais nada menos que 82 prefeituras baianas estão entre as 500 piores do Brasil em matéria de ineficiência administrativa. Ou seja, temos um quadro estarrecedor dos piores administradores públicos do país.
Isso em matéria de moral é uma grande vergonha para o povo baiano, que comprova na prática que o trabalho e a dignidade estão acima de tudo. Um povo que trabalha de manhã à noite, principalmente na agricultura de economia familiar, já que entre os municípios de destaque em matéria de ineficiência administrativa, em sua grande maioria a economia está baseada na agricultura familiar, e em aposentadorias rurais, não deveriam merecer gestores públicos que não sabem administrar o pouco dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Entre as principais causas do péssimo desempenho administrativo da máquina pública estão a informalidade, a corrupção endêmica, o tráfico de influência, bem como a falta de vontade política. O “analfabetismo” administrativo e a falta de arrecadação em muitos casos não justificam nenhum tipo de discurso de ninguém, principalmente quando os gestores priorizam a política, como coisa em si, em vez da administração pública de fato.
Reforma Tributária somente não resolve e não basta se não se fizer uma Reforma Política nesse país. Se a maioria das prefeituras é administrada por grupos políticos que tiveram a competência para ganhar a eleição, por que esses mesmos grupos não têm competência para otimizar recursos que administram? Por que em vez de colocar pelo menos uns poucos técnicos com a obrigação de pensar em formas de aumentar a arrecadação e melhorar os investimentos, colocam apenas “cabos eleitorais” que não entendem nada de gestão pública? É porque querem assim mesmo, porque quanto mais ineficiente mais gente dependendo de migalhas dos chamados incompetentes.
82 municípios baianos entre os piores 500 municípios do Brasil em matéria de ineficiência administrativa, baseado no ranking nacional do IFGF, talvez comprove o fato de não termos mais espaços no Governo Federal, porque de novo em 2014 vão aparecer os “bons moços” comprando votos e nada propondo no Congresso Nacional.
Mas a Bahia não merece essa vergonha!
Comentários
Postar um comentário