Pular para o conteúdo principal

DEM já prepara seu funeral

Por Altamiro Borges

Saiu na coluna Painel de Vera Magalhães, na Folha deste domingo:

*****

Diáspora


Ninguém vai tocar no assunto até a eleição, porque não é mais possível mudar de partido. Mas a cúpula do DEM já admite que, após outubro, voltará com força a tese da fusão ou da extinção da legenda, abatida por mais um escândalo de repercussão nacional.

*****

A denúncia de que Demóstenes Torres, o falso moralista, pertence à quadrilha de Carlinhos Cachoeira, abateu de vez o ânimo dos demos. Para piorar, agora surgem indícios da ligação de Agripino Maia, presidente nacional do DEM, com a gangue que fraudou a inspeção veicular no Rio Grande do Norte. Parece que não há mais retorno: os demos rumam para o inferno – se o Diabo deixar!

Marcha batida para o inferno

A notícia da “fusão ou extinção” não causa surpresa. Ela já vem sendo ventilada há tempos, em função do definhamento da sigla. A prisão do ex-governador José Roberto Arruda, o “vice-careca” de Serra, acelerou o funeral. Em 2010, o partido da direita nativa perdeu ainda mais espaço no cenário político. Elegeu 46 deputados federais, menos da metade do que fez no reinado de FHC.

Logo na sequência, vários demos abandonaram o navio à deriva, liderados por outra estrela da sigla, o prefeito Gilberto Kassab. O DEM perdeu 17 deputados federais, o governador de Santa Catarina e a senadora ruralista Kátia Abreu, além de vários deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Seu cacife político hoje está bastante reduzido. Há que fuja dos demos como o diabo da cruz!

Demóstenes e Agripino no palanque

A desmoralização do DEM já afeta as articulações para as eleições municipais. Até José Serra, antigo e fiel aliado, resiste à ideia de ter um demo como vice na sua chapa. Na Bahia, os tucanos também reagem à proposta de apoiar ACM Neto. Apesar dos esforços da cúpula do PSDB, as negociações entre os dois partidos azedaram nos últimos dias. E o medo de ter Demóstenes e Agripino no palanque ou na TV?

Diante deste cenário infernal, muitos demos já se preparam para desembarcar da legenda. Tudo é feito nos bastidores para não prejudicar as disputas de outubro próximo. A tendência maior é da fusão com o PSDB e o PPS, outras duas legendas que também estão em crise. Desde jeito, só vai sobrar mesmo a mídia para fazer o papel de partido da direita no Brasil!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LITERATURA

 

A cada dia aumenta o número de pré-candidatos em Feira de Santana, agora é Dilton Coutinho

Por Genaldo de Melo Mais um nome entra na fogueira das discussões e cogitações para ser candidato ao Paço Municipal em Feira de Santana, e o assunto não deixa de ser cogitado hoje em rodas de conversas, jornais, sites e blogs, além do mundo política da cidade. Dessa vez surge como candidato o radialista Dilton Coutinho, nome bastante conhecido nos meios de comunicação local. Ontem em entrevista no seu programa Acorda Cidade na rádio Sociedade de Feira FM o deputado federal Fernando Torres (PSD) disse ser pré-candidato a prefeito, mas caso Dilton resolva ser do mesmo modo, ele oferece seu partido para abrigar o comunicador como candidato: “Eu sou pré-candidato a prefeito de Feira de Santana, mas se você for Dilton Coutinho eu abro mão. O PSD está a sua disposição amigo Dilton Coutinho”, disse Fernando Torres, presidente do PSD no município. Do mesmo modo a discussão apareceu ontem na Câmara de Vereadores pela vereadora Eremita Mota (PDT e pelo vereador David Neto (PTN).

A verdade sobre o esvaziamento das palavras golpe e "Fora Temer"

Por Genaldo de Melo Com a falta de povo nas ruas a mídia trabalha constantemente o esvaziamento do sentido real da palavra "golpe" que está acontecendo de fato.  A palavra "golpe" repete-se, repete-se, e repete-se como um mantra que perdeu o significado.  Num momento tão crucial como este, em que o projeto de governo eleito pelo voto democrático está sendo trocado por outro completamente diferente e que não passou pelo crivo das urnas, substituíram as grandes mobilizações de massa pela ação individual alegórica, pois se pulverizou a indignação popular apenas na palavra “golpe” nas redes sociais e em cartazes.  É impossível não notar que isso ocorre ao mesmo tempo em que a tradicional mídia jornalística trocou a aguerrida cobertura dos acontecimentos econômicos e políticos por um atual tom de meras trivialidades.  Quem acompanha o noticiário político e econômico não deixou de perceber que a mesma indignação que impulsiona inúmeras matérias jornalísti...