Jovens são encontrados mortos no rio
Nelson Rocha REPÓRTER
Fim do mistério sobre o paradeiro dos jovens universitários desaparecidos na BR- 101. Equipes de buscas da Polícia Militar de Teixeira de Freitas encontraram, na noite de ontem, o carro que levava o grupo capixaba desaparecido há quatro dias.
De acordo com informações do capitão Anilton Almeida do 13º Batalhão de Teixeira de Freitas, o carro de modelo Punto, placa OBC - 9685, foi encontrado submerso no Rio Mucuri, na cidade baiana do mesmo nome, e o corpo de um deles, do lado de fora do veículo. A hipótese de acidente é a mais forte, segundo a polícia. O carro teria despencado de uma região montanhosa de difícil acesso.
De acordo com informações do capitão Anilton Almeida do 13º Batalhão de Teixeira de Freitas, o carro de modelo Punto, placa OBC - 9685, foi encontrado submerso no Rio Mucuri, na cidade baiana do mesmo nome, e o corpo de um deles, do lado de fora do veículo. A hipótese de acidente é a mais forte, segundo a polícia. O carro teria despencado de uma região montanhosa de difícil acesso.
A informação foi confirmada pelo tenente-coronel Ivanildo Silva, do Batalhão Especial da Mata Atlântica. A área do local do suposto acidente foi isolada e integrantes do Corpo de Bombeiros de Teixeira de Freitas trabalharam durante a noite no resgate. "A polícia técnica vai avaliar se houve um acidente ou não", disse o tenente-coronel.
Segundo revelou o tenente, teria sido identificado o corpo do jovem projetado para para fora do carro. Até o fechamento desta edição, os outros corpos ainda estavam no rio, prestes a sertem resgatados.
Os familiares dos jovens foram avisados. O carro encontrado estava a quase 3 km da divisa entre Bahia e Espírito Santo. Segundo a delegacia de Mucuri, o veículo encontrava-se debaixo de uma ponte que passa sobre o rio do município. O mau cheiro no local atraiu muitas pessoas, muitas das quais utilizaram celulares para chamar a polícia.
Bahia e Espírito Santo disponibilizaram dois helicópteros para ajudar nas buscas no percurso que os jovens teriam realizado, desde São Mateus até o município de Prado, no extremo sul da Bahia.
Na manhã de ontem, a Secretaria de Segurança do Espírito Santo chegou a anunciar que um carro igual ao dos universitários teria sido encontrado na BR-418, trecho da Bahia, com cinco vítimas. A notícia foi desmentida pelo delgado Danilo Bahinense depois de sobrevoar a região.
Eles saíram do Espírito Santo, na última sexta-feira, com destino à cidade de Prado, no extremo Sul da Bahia e desde então os familiares não tiveram mais notícias.
INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS
A Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo chegou a divulgar, no final da manhã desta terça-feira, que um veículo com as mesmas características do carro em que estavam os cinco jovens teria sido encontrado, no povoado de Bela Vista, entre Posto da Mata, distrito de Nova Viçosa, e a cidade de Teixeira de Freitas, porém, o delegado Danilo Bahiense, à frente das investigações, disse que a informação não se confirmou.
Viaturas da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram a ser deslocadas para a região para providenciar o resgate. Um helicóptero da Polícia Militar saiu do Espírito Santo com destino à Bahia para auxiliar nas buscas, numa área de 700 km quadrados.
SUMIÇO
Os jovens Amanda Oliveira, 22 anos, Izadora Ribeiro, 21, Marllonn Amaral, 21, Rosaflor Oliveira, 24, e André Galão, 28, deixaram o município de São Mateus, às 19h da última sexta-feira.
Eles estavam em um Fiat Punto de cor bege, placas ODC 6985. O ultimo contato com a família foi feito às 19h30 de sexta-feira e eles teriam sido vistos, às 20h30, em um posto de combustíveis, no distrito de Itabatã, em Mucuri, a caminho de Prado. De acord
o com a polícia, os celulares dos cinco jovens pararam de funcionar quase simultaneamente.
A viagem deveria durar aproximadamente três horas, o que despertou a preocupação dos pais de Izadora, que resolveram fazer o trajeto contrário da viagem à procura dos jovens. Como não encontraram, procuraram a polícia em São Mateus para informar o desaparecimento.
Dor dos pais de desaparecidos comove
A informação da localização do carro dos universitários desaparecidos no Sul da Bahia foi recebida com comoção por mais de 50 pessoas que se concentraram na porta da Delegacia de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, por volta das 20h50 desta terça-feira (24).
Familiares saíram da sala do delegado aos prantos e, abalados, os pais dos jovens se recusaram a falar com a imprensa. Segundo a polícia da Bahia, o corpo de um dos jovens foi resgatado do lado de fora do veículo. Segundo o amigo dos jovens Bruno Hortelã, o clima na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estava pesado. "Ninguém conseguia ir para a aula.
Íamos para a delegacia fazer vigília", disse. Evelin Trevisan contou que, depois do boato, estavam felizes com as buscas renovadas. O também amigo Eduardo Santos contou que os universitários devem fazer uma homenagem aos jovens em São Mateus.
Mãe de vítima acreditava em vingança
Ainda na tarde de ontem, a mãe de Izadora Ribeiro, uma das vítimas do suposto acidente, revelou que acreditava em vingança, mas não esclareceu para os jornalistas quais seriam os motivos.
Os familiares dos jovens estavam ontem na cidade de São Mateus e prestaram depoimento pela manhã. Segundo o delegado Janderson Lube, pelo menos sete pessoas já foram ouvidas desde a segunda-feira. Ao contrário da esposa, o pai de Izadora acreditava na possibilidade de alguém de Prado ter a intenção de fazer algum mal à filha. "Nada sei a respeito de ex-namorado dela na cidade. Ela era uma pessoa muito querida", ressaltou.
O atual namorado de Izadora, Wagner Buffon, de 30 anos, também prestou depoimento. "Ninguém tinha motivo para fazer nada com ela. Era uma menina jovem, com tudo pela frente", afirmou.
Num programa televisivo que foi ao ar na manhã de ontem, Doralice Ribeiro Santos Oliveira, mãe de Izadora, revelou que existe uma possibilidade de crime de vingança contra eles, mas não quis dar detalhes do caso e afirmou que "a polícia está ciente de todos os detalhes para seguir a investigação".
Doralice é de Prado e está em São Mateus aguardando o resultado das buscas no rio Mucuri. (MV)
Estrada é perigosa
Em Salvador, a delegada Juceli Rodrigues, titular da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), que cuida de casos de desaparecimentos, disse que em episódios como este, o desligamento dos celulares dificulta ainda mais as buscas. "Com os aparelhos ligados, é possível localizar através de um sistema via satélite", diz.
A unidade policial inaugurada em 1° de março registrou só em seu primeiro mês de atuação 60 ocorrências, sendo 61 desaparecidos. "A maioria é pessoas com problemas mentais ou jovens revoltados que querem chamar a atenção dos pais", diz.
De acordo com Mércia Oliveira, chefe do Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal, agentes realizaram uma varredura por toda região e as primeiras buscas não apontam para um acidente automobilístico.
Apesar da falta de indícios, a policial ressalta que "a BR-101 é, proporcionalmente, a estrada mais perigosa do estado.
A BR-324 registra o maior número de acidentes porque tem o maior fluxo, porém, a BR-101 é a que mais registra acidentes devido às curvas sinuosas. É muito fácil perder o controle do veículo neste trecho", ressalta. Moradores da BR-101 alertam para uma região conhecida como trecho da morte. No local, em ambos os lados, há cruzes brancas, sinalizando a quantidade de acidentes ocorridos.
"O problema deste trecho é que muita gente pensa que a estrada é reta, mas logo na frente há uma descida com uma curva muito fechada. Sem contar que não há nenhum tipo de sinalização", afirmou um motorista.
Não há rios e lagos próximos, porém a estrada é cercada por precipícios, o que pode ser fatal em caso de capotamento. Segundo Mércia Oliveira, a possibilidade de acidente não pode ser descartada. "A região é cercada de muita mata, o que pode estar dificultando o resgate, caso tenha havido acidente", lembra.
Fonte: Tribuna da Bahia
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PCdoB mostra experiência de Aracaju
O PCdoB realiza seminário na capital baiana com o tema "Por que Aracaju deu certo?", com a presença do prefeito da capital sergipana, Edvaldo Nogueira. O evento que faz parte da série "Salvador em Debate" está marcado para hoje, às 18h30, no Hotel Porto Bello, em Ondina. A série é uma iniciativa do comitê municipal do PCdoB visando estabelecer parâmetros para a construção de um projeto de governo com a contribuição da sociedade.
"Nós do PCdoB achamos que Salvador tem jeito. A cidade precisa de um novo modelo de gestão, de desenvolvimento. O partido junto com os setores organizados da cidade irá formular os caminhos para construir uma cidade mais humana e melhor para a população exercer sua cidadania", afirmou o presidente do PCdoB em Salvador, Geraldo Galindo.
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, vai apresentar o modelo adotado em Sergipe que prima por uma administração municipal orientada para o desenvolvimento social. Segundo o prefeito, os bons resultados da sua gestão são frutos de trabalho e pautados pelos pilares da ética, da transparência e da busca pela modernização. "Desde 2007 conseguimos implementar avanços significativos na nossa cidade e vamos continuar trabalhando para fazermos cada vez mais", afirmou Edvaldo.
A deputada federal e pré-candidata a prefeita de Salvador, Alice Portugal (PCdoB) afirmou que é preciso buscar experiências bem sucedidas para apontar novos rumos e "implantar soluções para a cidade de Salvador nos seus principais problemas do dia a dia como segurança, saúde, mobilidade urbana e geração de emprego e renda". A capital sergipana tem se destacado como referência regional, além de ter recebido diversas menções e prêmios em várias áreas de gestão pública.
Fonte: Tribuna da Bahia
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Bahia: Deputados elevam o tom por reajuste dos professores
Em sessão prolongada e bastante movimentada, os professores da rede estadual de ensino, acampados na Assembleia Legislativa se rebelaram contra as propostas apresentadas pelo Executivo e encontraram o apoio não apenas da bancada oposicionista, mas também de alguns deputados governistas que apelaram pelo adiamento da votação dos projetos, que alteram a estrutura remuneratória da carreira do magistério público estadual e fixa o subsídio de carreira.
Os docentes protestaram na galeria contra o não cumprimento pelo governo do acordo para o reajuste de 22,22%. A apreciação foi obstruída pela oposição, que fez discursos inflamados, contestando as justificativas do governo de que a mudança no índice do reajuste e o orçamento deficitário do Estado impediam o Executivo de atender as reivindicações da categoria.
Até o fechamento desta edição, os deputados ainda travavam debates sobre as propostas. Foi aprovada a operação de crédito com empréstimo de R$10 milhões com a Caixa para investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura urbana.
O líder do governo, Zé Neto (PT), se referiu às modificações no projeto do piso nacional e às dificuldades orçamentárias. Segundo ele, foi aprovado na Câmara Federal projeto propondo que o piso passasse a ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), sendo aprovado, por unanimidade, entretanto, no final do ano passado, o projeto teve recurso apresentado pela deputada Fátima Bezerra (PT/RN), propondo a mudança do índice de reajustamento.
O piso passou a ser atualizado de acordo com o percentual de crescimento do valor anual mínimo a ser investido por aluno da 1ª à 4ª série da educação básica, sendo acatado pelo Senado Federal. "O que agora nos traz um problema sem nos apontar uma solução.
Fonte: Tribuna da Bahia
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Bahia: PMDB mantém Kertész e define rumo em 15 dias
Romulo Faro REPÓRTER
O lançamento da pré-candidatura do deputado federal ACM Neto (DEM) à Prefeitura de Salvador na segunda-feira (24) abalou as estruturas das oposições.
Os próprios líderes do PMDB e PSDB confirmam isso. A ‘imposição’ (como muitos têm visto) do DEM, além de dificultar a movimentação das forças opositoras ao prefeito João Henrique (PP) e ao PT do governador Jaques Wagner na busca pela união, teve repercussão negativa também pelo entendimento da executiva nacional do partido de ACM Neto.
O presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia, disse que a busca pela conquista da capital baiana interfere diretamente na tentativa de fortalecimento do partido, depois do esvaziamento que a legenda sofreu com a criação do PSD.
Os próprios líderes do PMDB e PSDB confirmam isso. A ‘imposição’ (como muitos têm visto) do DEM, além de dificultar a movimentação das forças opositoras ao prefeito João Henrique (PP) e ao PT do governador Jaques Wagner na busca pela união, teve repercussão negativa também pelo entendimento da executiva nacional do partido de ACM Neto.
O presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia, disse que a busca pela conquista da capital baiana interfere diretamente na tentativa de fortalecimento do partido, depois do esvaziamento que a legenda sofreu com a criação do PSD.
O vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, se manifestou em seu perfil no Twitter ontem. "O nome da cidade é Salvador, ñ é SalvaDEM", disse.
Em entrevista à Tribuna, apesar de manter o discurso cauteloso, o peemedebista não escondeu o grau de dificuldade de articulação rumo à chapa única das oposições. "O lançamento da candidatura (de ACM Neto) colocou um dificultador a mais no processo. Como a própria imprensa diz, ele está ‘posto’. Mas vamos continuar conversando. Na política, impossível é só evitar a morte".
Questionado sobre as declarações do radialista Mário Kertész, a aposta do PMDB, de que não seria candidato sem união com DEM e PSDB, Geddel afirmou que isso não significa a retirada do nome do ex-prefeito do tabuleiro e lembrou que aquilo foi uma estratégia para apressar o anúncio do nome que representará a oposição em outubro próximo. Além de reafirmar Kertész no páreo, Geddel garantiu que "em até 15 dias o PMDB vai se posicionar" sobre a articulação.
Nas entrelinhas, o peemedebista deixou claro que o DEM se precipitou e lembrou que o entendimento de 2014 passa por agora. "Quem tiver sabedoria de unificar agora, até podendo abrir mão, vai se credenciar para ser o intérprete do grupo no cenário de 2014. O partido que comandar agora tem que entender que terá outro papel em 2014...".
Para o cientista político Paulo Fábio Dantas, o cenário revela pouca probabilidade de DEM, PMDB e PSDB se unirem em torno de uma única candidatura. "Acho que o quadro caminha mais para uma dispersão do que para uma aliança no primeiro turno". Apesar de não ver como determinante a eleição deste ano sobre as alianças para a sucessão do governador Jaques Wagner (PT), Paulo Fábio enxerga também a dificuldade de o PMDB apoiar o DEM ou o PSDB.
"As eleições no Brasil têm mostrado que as disputas municipais têm suas particularidades. Acho que não se pode pautar 2012 determinantemente por 2014. Agora é realmente meio complicado o PMDB apoiar um dos partidos de oposição no primeiro turno", avaliou.
Por outro lado, o especialista avalia que o grande número de candidatos tanto da oposição quanto dos partidos da base governista é positivo. "O eleitor vai ter um cardápio suculento para escolher no primeiro turno".
Fonte: Tribuna da bahia
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Relator da CPMI do Cachoeira diz que conduzirá investigação “séria e serena
O deputado Odair Cunha (PT-MG) disse há pouco que pretende produzir uma investigação “séria e serena”, que identifique o poder paralelo criado, no país, por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Odair Cunha foi indicado nesta terça-feira para a relatoria da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investigará as relações de agentes públicos e privados com o empresário preso por suspeita de explorar jogos ilícitos.
Mesmo ligado ao grupo da ministra Ideli Salvatti, Cunha negou que sua indicação tenha partido do Planalto. “Minha indicação partiu da bancada do PT e foi verbalizada pelo líder Jilmar Tatto (PT-SP) e não pelo Palácio do Planalto”. Ele enfatizou que o objeto da investigação são as ações de Cachoeira e não o governo, mas que conduzirá o trabalho “doa em quem doer”.
O deputado mineiro acrescentou que só irá definir o cronograma de trabalho e os primeiros convocados a depor depois de ter acesso aos volumes do inquérito das operações Vega e Monte Carlo da PF, que estão em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), em segredo de Justiça.
Fonte: Correio do Brasil
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Nova Zelândia estuda cobrar US$ 80 pelo maço de cigarro
O país tem a meta de erradicar o tabagismo até 2025; médicos neozelandeses condenaram a medida
Por Marina Terra
Reprodução/massey.ac.nz
Com a meta de erradicar o fumo no país até 2025, o governo da Nova Zelândia analisa a possibilidade de cobrar 80 dólares (cerca de 150 reais) pelo maço de cigarro. A medida extrema consta em um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde neozelandês, de acordo com o canal de TV local 3 News.
Com a meta de erradicar o fumo no país até 2025, o governo da Nova Zelândia analisa a possibilidade de cobrar 80 dólares (cerca de 150 reais) pelo maço de cigarro. A medida extrema consta em um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde neozelandês, de acordo com o canal de TV local 3 News.
Segundo a análise, a cobrança de cinco dólares pela unidade de cigarro seria necessária para atingir o objetivo estabelecido pelo ministério. O estudo "Nova Zelândia Sem Fumo 2025: próximos passos no controle do tabaco", parte de uma pesquisa preliminar do governo neozelandês, indica que mesmo se a Nova Zelândia aumentasse o valor do maço para 32 dólares até 2025, o fumo ainda não seria extinto.
"Enquanto o aumento anual de 30% no preço do maço de cigarro é irreal, um cenário combinado, com um aumento expressivo em 2013 e depois, aumentos regulares de 10%, seria uma proposta mais razoável", diz o relatório. De acordo com o Ministério da Saúde, o preço do maço de Holiday 20s -- a marca mais popular na Nova Zelândia -- custa atualmente 11,70 dólares.
Oposição
A ideia gerou controvérsia no país, já que muitos acreditam que aumentar o preço do cigarro não vai refletir na diminuição do fumo. O Dr. Steve Lim, da universidade de Waikato, disse que a medida alimentaria o mercado negro e prejudicaria especialmente as famílias mais pobres.
"As pessoas irão encontrar formas de contornar essa medida", afirmou Lim ao Waikato Times. "É evidente que os mercados ilegais emergiriam, usando cigarro roubado ou fabricado fora das fábricas oficiais."
Até o primeiro-ministro do país, John Keys, se mostrou cético com a ideia, também ressaltando o risco do mercado negro de cigarros, enquanto a ministra da Saúde, Tariana Turia, disse que "é preciso todo o esforço" para acabar com o fumo na Nova Zelândia.
"Enquanto o aumento anual de 30% no preço do maço de cigarro é irreal, um cenário combinado, com um aumento expressivo em 2013 e depois, aumentos regulares de 10%, seria uma proposta mais razoável", diz o relatório. De acordo com o Ministério da Saúde, o preço do maço de Holiday 20s -- a marca mais popular na Nova Zelândia -- custa atualmente 11,70 dólares.
Oposição
A ideia gerou controvérsia no país, já que muitos acreditam que aumentar o preço do cigarro não vai refletir na diminuição do fumo. O Dr. Steve Lim, da universidade de Waikato, disse que a medida alimentaria o mercado negro e prejudicaria especialmente as famílias mais pobres.
"As pessoas irão encontrar formas de contornar essa medida", afirmou Lim ao Waikato Times. "É evidente que os mercados ilegais emergiriam, usando cigarro roubado ou fabricado fora das fábricas oficiais."
Até o primeiro-ministro do país, John Keys, se mostrou cético com a ideia, também ressaltando o risco do mercado negro de cigarros, enquanto a ministra da Saúde, Tariana Turia, disse que "é preciso todo o esforço" para acabar com o fumo na Nova Zelândia.
Fonte: OPera Mundi
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Alemanha recusa proposta de Hollande para mudar pacto fiscal europeu
"Seriedade orçamentária sim, austeridade pelo resto da vida não", reage socialista
O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, afirmou nesta terça-feira (24/04) que seu país não aceitará qualquer mudança no pacto fiscal europeu, acordo assinado no mês de março por 25 dos 27 países da União Europeia. As alterações foram propostas no início do mês por François Hollande, candidato à Presidência da França pelo Partido Socialista em seu plano de governo. Em entrevista, Hollande respondeu à reação alemã.
Com a vitória de Hollande no primeiro e sua larga vantagem nas pesquisas de opinião sobre seu rival, Nicolas Sarkozy, o tema, que faz parte do programa de governo do socialista, voltou à tona e incomodou os alemães, principais defensores e articuladores do pacto.
”Cada um de nós precisa saber do seguinte: o pacto fiscal europeu foi decidido após uma série de longas negociações. Isso é um ponto pacífico”, afirmou o ministro, presidente do FDP (Partido Livre Democrático, de tendência ultraliberal), principal aliado do governo de coalizão da chanceler Ângela Merkel (União Democrata-Cristã).
Desde o início da crise das dívidas públicas que quebrou países como Grécia e Portugal e provocou recessão na Itália e na Espanha, chegando a colocar em xeque a viabilidade do euro, Merkel cmandou a criação do pacto e impôs a países endividados da UE uma série de medidas de austeridade econômicas para que, em troca, recebessem aportes financeiros para sanar parte dos juros da dívida.
“[O pacto] não depende de resultados eleitorais. Os governos agiram em prol de seus países, não por eles mesmos. Nós precisamos dessa confiança afim de assegurar um melhor futuro para a Europa”, disse o ministro.
A resposta do candidato socialista ocorreu em uma entrevista à TV TF1. “Seria o fim do livre comércio; da concorrência sem limite. Seria o fim de uma austeridade. Eu sou a favor da seriedade orçamentária, pelo restabelecimento das contas públicas: seriedade orçamentária sim, austeridade pelo resto da vida não!”.
O candidato socialista acredita que o acordo precisa ser mais voltado ao crescimento econômico do que em medidas de austeridade que sacrifiquem empregos e renda de seus cidadãos. Na ocasião do lançamento da proposta, Hollande disse que enviaria ao bloco um memorando detalhado propondo um “pacto de responsabilidade, crescimento e governança para modificar e completar o Tratado de Estabilidade e reorientar a reconstrução europeia”.
Merkel já havia anunciado anteriormente que apóia a reeleição de Nicolas Sarkozy, Sarkozy e Hollande se enfrentarão no segundo turno, marcado para o dia 6 de maio. O socialista é favorito, com oito pontos em média em relação ao adversário nas pesquisas de opinião. Na segunda-feira, Merkel falou que trabalharia ao lado de Hollande, caso ele seja escolhido o próximo presidente.
O principal ponto do “Tratado para Estabilidade, Coordenação e Governança na União Econômica e Monetária" obriga os países a incluir de maneira vinculativa e permanente em suas legislações ou Constituições a chamada "regra de ouro", destinada a limitar o déficit estrutural anual a 0,5% do PIB.
Com a vitória de Hollande no primeiro e sua larga vantagem nas pesquisas de opinião sobre seu rival, Nicolas Sarkozy, o tema, que faz parte do programa de governo do socialista, voltou à tona e incomodou os alemães, principais defensores e articuladores do pacto.
”Cada um de nós precisa saber do seguinte: o pacto fiscal europeu foi decidido após uma série de longas negociações. Isso é um ponto pacífico”, afirmou o ministro, presidente do FDP (Partido Livre Democrático, de tendência ultraliberal), principal aliado do governo de coalizão da chanceler Ângela Merkel (União Democrata-Cristã).
Desde o início da crise das dívidas públicas que quebrou países como Grécia e Portugal e provocou recessão na Itália e na Espanha, chegando a colocar em xeque a viabilidade do euro, Merkel cmandou a criação do pacto e impôs a países endividados da UE uma série de medidas de austeridade econômicas para que, em troca, recebessem aportes financeiros para sanar parte dos juros da dívida.
“[O pacto] não depende de resultados eleitorais. Os governos agiram em prol de seus países, não por eles mesmos. Nós precisamos dessa confiança afim de assegurar um melhor futuro para a Europa”, disse o ministro.
A resposta do candidato socialista ocorreu em uma entrevista à TV TF1. “Seria o fim do livre comércio; da concorrência sem limite. Seria o fim de uma austeridade. Eu sou a favor da seriedade orçamentária, pelo restabelecimento das contas públicas: seriedade orçamentária sim, austeridade pelo resto da vida não!”.
O candidato socialista acredita que o acordo precisa ser mais voltado ao crescimento econômico do que em medidas de austeridade que sacrifiquem empregos e renda de seus cidadãos. Na ocasião do lançamento da proposta, Hollande disse que enviaria ao bloco um memorando detalhado propondo um “pacto de responsabilidade, crescimento e governança para modificar e completar o Tratado de Estabilidade e reorientar a reconstrução europeia”.
Merkel já havia anunciado anteriormente que apóia a reeleição de Nicolas Sarkozy, Sarkozy e Hollande se enfrentarão no segundo turno, marcado para o dia 6 de maio. O socialista é favorito, com oito pontos em média em relação ao adversário nas pesquisas de opinião. Na segunda-feira, Merkel falou que trabalharia ao lado de Hollande, caso ele seja escolhido o próximo presidente.
O principal ponto do “Tratado para Estabilidade, Coordenação e Governança na União Econômica e Monetária" obriga os países a incluir de maneira vinculativa e permanente em suas legislações ou Constituições a chamada "regra de ouro", destinada a limitar o déficit estrutural anual a 0,5% do PIB.
Fonte: Opera Mundi
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Um abril diferente: morre Miguel Portas, líder da esquerda em Portugal
Vítima de câncer, deputado reorganizou comunistas e defendeu unidade da Europa
Sapo.pt
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Nasceu em maio e morreu em abril. No mês dos trabalhadores e no da “Revolução dos Cravos”.
Para trás, ficaram 53 anos de vida, a maioria dedicados à transformação do mundo, à luta por um mundo melhor. Miguel Sacadura Cabral Portas, mais conhecido na esquerda portuguesa por “Miguel” faleceu nesta terça-feira, na véspera do 25 abril, a data da derrubada do fascismo em Portugal, em 1974.
Uma luta para a qual o Miguel contribuiu muito. Desde jovem, foi um rebelde, tanto era assim que um dia se chateou com a mãe quando esta não lhe deixou ir à missa - ele que na adolescência namorou com a fé católica - e o fechou à chave num quarto. “Fiz aquilo que aprendi nos filmes, passei uma folha de papel debaixo da porta, empurrei a chave e fui para missa”, recordou há anos numa entrevista ao semanário Expresso. E em cima da mesa deixou um recado escrito: “Entre Deus e a mãe, prefiro Deus”. Ela não gostou e quando Miguel voltou da Igreja foi viver com o pai.
Miguel tinha tudo para ser de esquerda, inclusive nasceu no dia Primeiro de Maio. Um dia numa manifestação lhe disse: “Já reparou que no dia do teu aniversário há milhões de pessoas no mundo que saem à rua para protestar?”. Ele ria, com esse sorriso que mexia com toda a cara, abria umas arrugas na bochecha e quase fechava os olhos.
Nasceu numa família de estirpe e abastada. O tio avô foi o almirante Artur Sacadura Cabral, que protagonizou em 1922, com Gago Coutinho, o primeiro vôo entre a Europa e o Atlântico Sul, de Lisboa ao Rio de Janeiro, a bordo do hidroavião “Lusitânia”.
Sua mãe é a escritora e jornalista Helena Sacadura Cabral, uma das mulheres mais lúcidas do mundo intelectual português. O pai, foi um conhecido ativista católico durante a ditadura e hoje é um dos arquitetos portugueses mais importantes. O atual ministro nos negócios estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, é o seu irmão mais novo. Todos eles conservadores.
Definitivamente, Miguel não saiu aos seus e costumava dizer que foi por culpa da mãe. Não só por não o deixar ir à missa naquele dia, mas pela estrita educação que lhe impôs quando os pais se divorciaram e ele ficou a viver com ela. Até o dia em que quis ir à missa.
“Eu sou de esquerda porque a minha mãe me proibia de deixar comida no prato, porque tinha de dar aos pobres o melhor presente que recebia no Natal. Fui habituado à renúncia. E também sou de esquerda porque sempre fui um filho difícil, habituado a dizer não. O meu processo de afirmação foi o contra”, definiu-se na referida entrevista.
Militância
Aos 15 anos foi preso por participar, em nome da Associação de Estudantes do Secundário, da maior assembléia universitária realizada em 1973 na Faculdade de Medicina de Lisboa. A policia política invadiu o local e prendeu todos. Ficou uma semana na cadeia e saiu de lá com a cabeça rapada, era uma humilhação que a ditadura impunha aos estudantes. Modesto, nunca gostou muito de falar no assunto. Nas poucas vezes que se referiu a ele, dizia que não foi uma “prisão” mas sim “uma detenção”.
Nessa altura já era um membro clandestino da União de Estudantes Comunistas. A “Revolução dos Cravos” o apanha no Liceu Pedro Nunes, de onde quase foi expulso por organizar uma greve de silêncio contra dois professores. Durante uma semana conseguiu que nenhum estudante falasse com eles. Motivo: eles tinham censurado um artigo seu no jornal estudantil sobre o significado do Primeiro de Maio.
Depois da revolução, Miguel teve uma carreira meteórica dentro da União dos Estudantes Comunistas. Legalizado o Partido Comunista Português, o jovem dirigente estudantil foi logo nomeado membro do Comitê Central do partido. Nunca foi um militante condescendente. “Era muito disciplinado, isso sim. Mas também tinha as minhas coisas”, recordou ao Expresso.
Foram “essas coisas” que o levaram depois da queda do Muro de Berlim a começar a contestar a inflexibilidade ideológica do partido, no momento em que a esquerda era abalada em suas convicções. “Vou parar no partido em um trajeto que muita gente fez: do catolicismo ao cristianismo e daí ao comunismo. Fiz uma adesão ao partido pelo lado intelectual. A maioria das pessoas o fez por causa das condições de vida, do ambiente familiar”, afirmou.
Mas a ruptura veio em 1991 com a tentativa de golpe de estado na ex-União Soviética. O Partido Comunista Português apoiou os golpistas. Miguel não gostou e foi embora.
A partir daí fundou varias organizações de esquerda, foi jornalista, dirigiu dois jornais, uma revista, escreveu três livros e fez dois documentários. E acabou por formar o Bloco de Esquerda, um partido composto por dissidentes do Partido Comunista, unidos a antigos militantes maoístas e trotskistas. Não só foi fundador do Bloco, como seu principal inspirador. Foi eleito duas vezes deputado do Parlamento Europeu e distinguiu-se por ser profundamente europeísta, ao contrário da opinião do irmão Paulo, líder dos democrata-cristãos portugueses e descrente de unidade européia.
Hoje, a esquerda portuguesa está de luto. Seus adversários o elogiam, até aqueles que pensam que o “conquistaram para a direita” o celebram. Mas ele, Miguel Portas, nunca mudou.
Quando há quatro anos a revista Visão lhe perguntou se, apesar de tudo, continuava a ser comunista, a resposta foi clara: “Sou comunista no sentido de que continuo a pensar que é possível ao homem construir uma sociedade de abundância em que o Estado seja dispensável e em que a sociedade seja capaz de se organizar e de se auto-administrar, distribuindo essa abundância de forma igualitária para que cada um possa seguir os seus caminhos ao longo da vida sem atropelar o próximo”.
Miguel sempre disse que não sabia o que deixaria aos seus filhos. Hoje já se sabe. Miguel Portas provou no Parlamento Europeu que sendo de esquerda também é possível acreditar numa Europa federada. Foi, até ao fim, um herege das utopias.
(Miguel Portas nasceu no dia 1 de maio de 1958 em Lisboa. Morreu vitima de câncer em 24 de abril em Antuérpia, Bélgica. Deixou dois filhos).
Fonte: Opera Mundi
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Pataxó Hã-Hã-Hãe reocupam território para pressionar STF
Quinze anos após a morte de Galdino indígenas reocupam mais 90% de seu território
Renato Santana, de Itabuna (BA)
Ao invés do mármore frio, os túmulos dos cemitérios da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, sul da Bahia, se misturam à mata. Quanto mais velho é o morto, mais a vegetação se espraia sobre a terra. Longe de ser sinal de abandono, para o povo Pataxó Hã-Hã- Hãe é o cumprimento da profecia do ancião Samado Bispo dos Santos, uma das tantas lideranças que empenharam a própria vida na retomada completa do território indígena. “Sirvo de adubo para essa terra, mas daqui não saio”, professava Samado. Num desses lugares sagrados, onde os índios se misturam ao seu bem mais precioso, está Galdino Jesus dos Santos morto há 15 anos, no dia vinte de abril de 1997, depois de ser queimado por cinco jovens de classe média alta, num ponto de ônibus da capital do país.
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Pataxó Hã-Hã-Hãe realizam ritual ao redor
do túmulo de Galdino, liderança indígena assassinada
em Brasília - Fotos: Renato Santana
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Galdino era indígena Pataxó Hã-Hã- Hãe. De forma tímida, alguns jornais lembraram a morte do indígena, mas sem o atrelar aos episódios recentes no sul da Bahia. O que era para ser uma data simbólica de renovação do compromisso do Estado com direitos indígenas, tornou-se apenas mais uma vaga lembrança. Nem mesmo a terra pela qual Galdino lutava em Brasília foi garantida pelas autoridades.
Porém, 15 anos depois do assassinato do indígena, o povo Pataxó Hã-Hã- Hãe decidiu por reocupar cada palmo dos 54,105 mil hectares da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu. Desde janeiro deste ano, o número de áreas retomadas passam de 70. Como acontece há quase um século, a caminhada rumo à plenitude do território tradicional é marcada pela violência e criminalização.
Na entrada do município de Pau Brasil, um grupo da tropa de elite da Polícia Militar baiana, fortemente armado, revista veículos e interroga os ocupantes. Desde o início das retomadas indígenas, Pau Brasil, Itaju do Colônia e Camacan, municípios que abrangem a terra indígena, foram invadidos por pistoleiros, na maior parte das vezes contratados como seguranças das fazendas. São estes jagunços com armas de grosso calibre que vão para o confronto com os indígenas. Os fazendeiros afirmaram em jornais que pretendiam retirar os indígenas da fazenda para não dar a entender ao Supremo Tribunal Federal (STF) – que vota a nulidade dos títulos dos invasores – que a questão já está resolvida. Desde a primeira retomada, em 1982, já foram executados mais de 30 lideranças do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe. Como ainda restam áreas não retomadas, os pistoleiros ficam pela cidade, ameaçando moradores, ou buscando se entrincheirar nas fazendas em posse dos latifundiários.
Mentiras Além da pistolagem fazer parte do cotidiano dos indígenas, notícias plantadas na imprensa baiana reverberam declarações de líderes de sindicatos rurais criminalizando os Pataxó Hã-Hã-Hãe. Ao contrário do que foi noticiado em veículos de comunicação em todo país, a delegada da Polícia Federal de Ilhéus, Denise Dias, afirma que não existem registros de sequestros, desaparecimentos e assassinatos de fazendeiros ou trabalhadores rurais.
“Os índios não mataram nenhum fazendeiro e nenhum pistoleiro. Em todos esses anos de luta, foram mais de 30 lideranças nossas assassinadas. Retomamos as fazendas sem matar ninguém, porque fazemos pelo sangue derramado do nosso povo. Totalmente diferente do que eles contam”, justifica o cacique Nailton Muniz Pataxó Hã-Hã-Hãe.
O povo possui mais de um cacique e Nailton é um dos mais antigos. Ele lembra do massacre sofrido por seu povo para justificar a recente onda de retomadas. “Sentimos também com os interesses políticos nas nossas terras. Fora o projeto de uma hidrelétrica no rio Pardo, que sabemos que se for realizado, uma parte importante da nossa terra se perderá”, pontua.
O cacique não se esquece de Galdino e de outros mortos na luta pela terra. “Completam 15 anos da morte de Galdino. Queria ter aqui a alegria de estar em paz em nosso território. Queria ver os assassinos do Galdino e de outras lideranças presos. Queríamos prender o fazendeiro que castrou o Índio Djalma, que arrancou suas unhas, arrancou os dentes, o couro cabeludo, que o fez engolir os próprios testículos e um quilo de sal até morrer”.
Cacique Ilza Rodrigues da Silva salienta que as ocupações foram pacíficas, mas a postura dos jornais e das elites agrária e política é de criminalizá-los. A Polícia Federal acompanha de perto as ações, assim como a Fundação Nacional do Índio (Funai).
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| O cacique Gerson de Souza Melo |
A comunidade indígena, conforme Ilza, é bem vista pela população de Pau Brasil, porque sabe que os indígenas são importantes para a cidade. “Acusam os índios de praticar mortes, como a da fazendeira Ana Maria (ver matéria) que foi pelas mãos dos pistoleiros. Queremos que investiguem. Os fazendeiros dizem que são seguranças: eu penso que segurança é a polícia, o que tem ali são pistoleiros”, diz.
A situação de ocupação do território pelos indígenas nunca é fixa. Algumas fazendas retomadas foram recuperadas pelos pistoleiros, sobretudo na região do rio Pardo. O que é certo é que não há mais fazendeiros, trabalhadores ou gado nas áreas. Conforme o cacique Gerson de Souza Melo, dos 54 mil hectares, ao menos 50 mil estão na posse dos indígenas, por isso os conflitos são permanentes.
Memória e resistência
Como em um ciclo que se conclui, outras datas se somam aos 15 anos da morte de Galdino e representam a memória usada pelos indígenas para, desde 1º de janeiro deste ano, tocarem uma série de retomadas que garantiram a ocupação de quase a totalidade das áreas invadidas por fazendeiros desde a década de 1940. Tais invasões foram facilitadas pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) [órgão do oficial do governo anterior a Funai], que passou recibos de arrendamentos de lotes da terra indígena aos latifundiários, mesmo com ela já demarcada pela União. Duas décadas depois, nos anos de 1960, a ocupação irregular motivou o então governador baiano, Antônio Carlos Magalhães, a emitir títulos de posse ilegais aos ‘proprietários’ para ‘legalizar’ a situação dos invasores. A justificativa era de que naquela região os índios estavam extintos. São esses títulos que estão esperando a votação dos ministros do STF, que decidirá se eles são válidos ou não. O processo corre desde 1982, ou seja, há 30 anos.
No mesmo dia da morte de Galdino, os Pataxó Hã-Hã-Hãe trouxeram à memória os 20 anos da morte da indígena Barretá, retirada da condição de isolamento pela equipe de atração do SPI. Barretá falava a língua Pataxó Hã-Hã-Hãe e antes de morrer, já com idade bem avançada, deixou uma cartilha oral, subsídio usado nas tentativas de se recuperar a língua do povo. Barretá foi retirada da mata à força ao lado de outros indígenas de uma área com mais de 200 mil ha, reconhecida pelo Estado em 1926. Em 1936 a área foi reduzida para os atuais 54 mil hectares.
O cacique Nailton nasceu numa aldeia chamada Rancho Queimado, que tem esse nome pelo fato de que no lugar foi construído um rancho para os marcadores delimitarem a terra indígena, em 1926. Os fazendeiros atearam fogo na moradia e daí surge a denominação da aldeia.
Apenas dez anos depois os trabalhos foram retomados. Iline Brasileiro da Silva, filho de um ex-funcionário do SPI, lembra o período posterior à demarcação. Durante a década de 1940, Iline viveu no posto indígena ao lado de seu pai. “O SPI mandava arrendar as terras. Foram muitas mortes mesmo. Todo fazendeiro era arrendatário e os que não eram meu pai expulsava”, recorda o não-indígena em uma pacata esquina de Itaju do Colônia.
Era um tempo, de acordo com depoimentos deixados por Barretá, em que os indígenas chamavam seus algozes, fossem do SPI ou fazendeiros, de papai. “Ela dizia que os castigavam amarrando-os na árvore (que está na aldeia até hoje) sob o sol, com espancamentos e davam sal para eles comerem. Nesse sofrimento, os índios choravam e chamavam: papai, papai, papai. Tudo isso justifica retomarmos o que é nosso e foi roubado com muito sofrimento do nosso povo”, afirma o cacique Reginaldo Pataxó Hã- Hã-Hãe.
Ameaças
Nas últimas três décadas de lutas, as ameaças de morte contra as lideranças Pataxó Hã-Hã-Hãe foram frequentes. “Eu já fui sequestrado por fazendeiro, preso duas vezes, saí em porta-mala de fusca da cidade. Depois que me elegi vereador, o carro da Funai que me levava para as sessões e buscava foi atacado e ficou crivado de tiros. Tem um pistoleiro chamado Remilson que mandou recado dizendo que só sai da área quando estourar minha cabeça. Já me caçaram na estrada. Corro risco de morte. Isso já vem de muitos anos. Eu estou com medo de morrer”, denuncia o cacique Gerson de Souza Melo.
As violências não são praticadas apenas por pistoleiros e não atingem somente as lideranças. “A violência aumentou. Não deixam nem o carro pipa entrar na área para trazer água para a comunidade. Estamos com 1.200 alunos sem estudar, porque não podem sair da terra indígena. Esperamos que o julgamento saia logo. A terra da gente foi demarcada em 1936. Essa ação que está no supremo é para julgar nulidade de título, não a demarcação. Então, como é que o STF vai julgar como legítimo os títulos se a terra é da União? Como o governo da Bahia dá título de uma terra que não é dele? Pedimos aos ministros que pensem nisso”, alerta Gerson.
As declarações são ainda mais contundentes quando se observa o tempo levado para a decisão da Justiça. No processo do STF está claro: dos quase 360 invasores da área indígena, permanecem no local cerca de 170. A maioria não possui títulos de posse e já foram até indenizados pela Funai. Além disso, quatro perícias foram feitas e comprovaram a ocupação nos 54,105 mil hectares. “Numa das fazendas do Durval Santana que ainda não retomamos está um dos marcos”, se indigna Gerson. O sentimento se expande aos outros caciques, caso do jovem Josivaldo Reis dos Santos.
“Aqui queremos a terra. Índio não quer casa bonita, sede de fazenda. Queremos a terra, que é nossa. Somos um povo de raízes e aqui é nossa casa. Perto dos dez anos de idade começo a lembrar de muita gente que morreu. Samado, meu avô, foi preso pelos homens de Gerson [primeiro fazendeiro de quem os indígenas retomaram terras] e trancado dentro de um banheiro cheio de imundices. Isso é considerado tortura hoje em dia. Os mais velhos correram longas datas pelo mato para fugir de pistoleiros”, encerra Josivaldo.
Fonte: Brasil de Fato
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Amarc debate realidade
das comunitárias e uma nova lei de comunicação
A Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc Brasil) inicia no próximo sábado (28), na capital cearense Fortaleza, o ciclo de seminários “Uma nova lei para as rádios comunitárias: marco regulatório e direito à comunicação”. | ||||||
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A entidade pretende promover um espaço de formação política
para a sociedade civil. O tema do ciclo de seminários irá percorrer as cinco
regiões do país. No nordeste, o evento será realizado na Universidade Federal do
Ceará.
Na véspera, no dia 27 de abril, uma audiência pública na
Assembleia Legislativa do estado debaterá a realidade das emissoras comunitárias
com a presença de parlamentares e de outras entidades que lutam pelo direito à
comunicação. Esta reunião contará com a presença de Maria
Pía Matta, presidenta da Amarc internacional.
Rosa Gonçalves, da Rádio Comunitária Independência, explica que
a lei 9612, de 1998, limita o alcance e inviabiliza a captação de recursos para
a sustentabilidade das rádios. Ela explica que "as rádios comunitárias são
instrumentos para que as pessoas exercitem o direito à comunicação no dia a
dia".
Em um contexto de “concentração dos meios de comunicação nas
mãos de empresários e políticos”, Rosa ressalta que as emissoras fazem com que a
população desperte e reivindique outros direitos, como saúde, educação e
saneamento básico.
Como conselheira da Amarc, a militante alerta para a necessidade de se
pensar um novo marco regulatório das comunicações para o país, destacando
que o ciclo de seminários servirá para promover avanços nesse sentido. Além da
capital cearense Fortaleza, as cidades de São Paulo, Arroio do Sal, no Rio
Grande do Sul, e Altamira, no Pará, também sediarão o evento.
O ciclo de debates da Amarc será finalizado em Brasília, em
novembro, quando o governo federal receberá um documento reunindo propostas
sobre o direito à comunicação e as rádios comunitárias elaboradas pelos
participantes. Os eventos são gratuitos e as inscrições podem ser feitas pelo
email seminarioamarc@gmail.com.
Fonte: Pulsar Brasil
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CPI do Cachoeira tem acesso ao inquérito da PF, diz ministroO ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (24), em São Paulo, que os membros da CPI mista (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investigará o envolvimento do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com parlamentares, autoridades e empresas públicas e privadas terão acesso a todos os dados levantados nas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal.
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