Por Genaldo de Melo
Fazer dos outros bodes expiatórios, e dos mais
perigosos bandidos para a opinião pública, pode ser muito fácil, aliás pode ser
a coisa mais fácil do mundo, já que falar o que quiser é direito de todos e
valor absoluto de todos os linguarudos lá no Congresso Nacional.
Agora denunciar os vilipêndios da coisa pública, e as
safadezas dos corruptores dos cofres públicos, deve ser obrigação dos homens
públicos sérios, principalmente porque o povo não tem o espaço necessário para
tanto, já que todo espaço existente tem um dono, principalmente nos espaços
legislativos de Brasília.
Mas lembro de que utilizar da retórica e da falácia
para bater e denunciar todo e qualquer cidadão, independente de culpa ou não,
para construir falsos castelos de areia e criar a imagem de bom mocinho, é
coisa demais perigosa. Porque todo mundo
pode a qualquer momento e deslize se tornar telhado de vidro. E uma pedrada
basta...
Nos últimos anos vimos vários interlocutores de
interesses no Congresso Nacional denunciarem fatos que eram a mais pura verdade,
bem como congressistas que denunciaram apenas para fazer o jogo da própria
política, e ainda outros que denunciaram por denunciar. Mas ninguém se destacou
mais na arte de gritar na defesa da moral e dos bons costumes do que o nobre
senador goiano, que todo mundo sabe muito bem o seu nome, e eu não quero mais
repetir para não lhe dá mais ibope. Coincidentemente seu nome começa com três
letras do nome de um partido político que lhe deu abrigo a vida toda, do mesmo
modo que o demônio!
Mas como eu estava dizendo, num deslize qualquer todo
e qualquer bom vestal da moral e dos bons costumes, pode ser telhado de vidro e
vidro quebra um dia. Tenho a mais absoluta certeza que quem fala demais, sempre
quer esconder alguma coisa, e isso não foi diferente com o nobre senador do
Cerrado. Os bons entendedores do jogo da política já sabiam de antemão que o
bom rapaz amigo do mafioso do jogo, que meteu propina em muita gente fraca de
espírito, era na verdade um grande camaleão, que se escondia atrás de uma
retórica voraz e perigosa.
Como se tornou da noite para o dia telhado de vidro,
vamos jogar algumas pedras prá ver se esse vidro podre se quebra logo, para que
possamos nos livrar desse líquido venenoso que estava guardado a algum tempo
sem ninguém ver.
Bem-aventurados os homens de bem! Viva o Brasil!
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