Por Genaldo de Melo
O
relatório Progresso das
Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as economias para realizar os direitos,
divulgado hoje no dia 27 de abril pela ONU [Organização das Nações Unidas],
mostra que no mundo, em média, os salários das mulheres são 24% inferiores aos
dos homens. “As mulheres continuam recebendo em todo o mundo um salário
diferente pelo mesmo tipo de trabalho e têm menores probabilidades que os
homens de receber uma pensão, o que resulta em grandes desigualdades em termos
de recursos recebidos ao longo da vida”, informa o documento. O estudo mostra
que 50% das mulheres com idade para trabalhar fazem parte da população ativa.
No caso dos homens, o índice é 77%. A pesquisa revela que em todas as regiões
do mundo as mulheres fazem quase duas vezes e meia mais trabalho doméstico e de
cuidados de outras pessoas não remunerados que os homens. Segundo a ONU, as
mulheres são responsáveis por uma carga excessiva de trabalho doméstico não
remunerado referente aos cuidados com filhos, com pessoas idosas e doentes e
com a administração do lar. Para a organização, o período atual representa um
tempo de riquezas sem precedentes mas, apesar disso, as mulheres ainda ocupam
os empregos com menores remunerações e menos qualificados e continuam a viver
em condições mais precárias de saúde, acesso à água e saneamento. O
documento informa que frequentemente os direitos econômicos e sociais das
mulheres são limitados porque elas vivem em um mundo machista e com práticas
discriminatórias. “Os recursos públicos não estão indo para a direção onde são
mais necessários: por exemplo, para a água potável e saneamento, cobertura de
saúde com qualidade e serviços decentes de cuidados de crianças e idosos. Onde
não há serviços públicos, o déficit recai sobre mulheres e meninas”, disse, em
nota, a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka. O relatório
reconhece que houve avanços desde 1995, quando foi realizada a 4ª Conferência
Mundial sobre a Mulher, em Pequim. O número de meninas na escola e de mulheres
que fazem trabalhos remunerados aumentou e a luta contra a violência doméstica
entrou na agenda política. “Esse avanços demonstram que é possível reduzir as
desigualdades de gênero por meio da atuação pública”, diz o texto. A pesquisa
recomenda dez prioridades para a ação pública com o objetivo de diminuir a
desigualdade. Ressalta, ainda, que as políticas econômicas e sociais devem
trabalhar em conjunto. Entre as recomendações estão a geração de trabalho
decente e a redução da disparidade salarial entre homens e mulheres, o
fortalecimento dos mecanismos de proteção social ao longo da vida, a redução e
a redistribuição do trabalho doméstico e o investimento em serviços sociais com
foco nas mulheres. O Progresso
das Mulheres no Mundo 2015-2016 é publicado no momento em que, para
comemorar os 20 anos da Plataforma de Ação de Pequim, a ONU Mulheres propôs aos
países uma avaliação dos avanços alcançados com a implementação do documento. O
processo recebeu a denominação de Pequim+20. Considerado o projeto mais abrangente
sobre o tema, a plataforma foi adotada por 189 governos e indica medidas
relacionadas a 12 áreas temáticas para que os países avancem na busca pela
igualdade de gênero. (Com informações de Revista Fórum)
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