Por Genaldo de Melo

Depois da OAB, o PT reagiu hoje às declarações do ministro Gilmar
Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que acusou a entidade de ser
"laranja do PT" em entrevista ao 247.
O magistrado se referia à Ação Direta de Inconstitucionalidade
apresentada pela Ordem ao STF que determina o fim do financiamento
privado de campanhas. O julgamento estava no placar de 6 a 1 em favor da
Adin quando Gilmar pediu vistas, interrompendo o processo por mais de
um ano. Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ, Gilmar
"extrapolou todos os limites" e age com desrespeito contra a sociedade,
que reconhece o papel da entidade na luta pela democracia e pelos
direitos da população, e também por até o momento não ter concedido seu
voto e permitido a conclusão do julgamento da Adin. O parlamentar disse ainda que "o ministro desrespeita a Lei Orgânica
da Magistratura (Loman) constantemente ao se pronunciar sobre processos
que julga". "Se fosse em outro país, já teria sofrido processo de
impeachment", afirmou. "O ministro Mendes desrespeita toda a sociedade
brasileira, ele é useiro e vezeiro em pronunciar-se sobre processos que
estão sob sua análise e tem um destempero verbal inaceitável para o
cargo que ocupa", completou. A deputada Margarida Salomão (PT-MG) chamou as declarações de Gilmar
Mendes de "pura grosseria, ultrajantes e um acinte à história", uma vez
que, segundo ela, o ministro ignorou o papel histórico da OAB na
construção da democracia no Brasil. "Ataques grosseiros geram reações
simétricas, então, perguntamos: o ministro Gilmar Mendes é laranja de
quem?", perguntou a deputada. A OAB, presidida por Marcus Vinícius Coêlho, também reagiu
ontem à entrevista e exigiu "respeito" do magistrado. "Com a declaração
o ministro atinge não somente a OAB, mas também os seis ministros do
Supremo que votaram a favor da ação que discute o financiamento de
empresas nas eleições. Seriam os seis ministros laranjas?", questionou,
em nota, a entidade. (Com informações do Brasil247)
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