Por Genaldo de Melo
Tropas de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti trocaram assistência,
alimentos e remédios por sexo, revela um relatório de uma investigação
interna da entidade sobre o país. A estimativa é de que pelo menos 225
mulheres tenham sido exploradas sexualmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o documento, muitas das vítimas pediam por produtos e
serviços básicos como alimentos, remédios, moradia e materiais para
cuidar dos recém-nascidos. Em troca dos favores sexuais, recebiam
“sapatos para ir à Igreja, celulares, computadores e perfumes, além de
dinheiro”, de acordo com a reportagem. O relatório ainda indica que um terço dos casos envolve abuso a menores de 18 anos. A matéria do Estadão também informa que algumas
das mulheres confiscavam as credenciais dos soldados, ameaçando expor
sua identidade nas redes sociais, e que apenas sete dos 231
entrevistados pela auditoria tinham conhecimento de que a ONU proíbe a
exploração sexual. Além disso, as pessoas ouvidas não sabiam da
existência de uma linha telefônica para denúncia de situações como essa. O relatório não informa o número de soldados envolvidos e
suas nacionalidades, tampouco as datas em que as relações sexuais
ocorreram. A missão de Paz da ONU no Haiti foi autorizada em 2004 e,
até o final do último mês de março, contava com 7 mil soldados. Desde
fevereiro de 2014, as tropas são lideradas pelo general brasileiro José
Luiz Jaborandy Junior. Em todo o mundo, a ONU afirma ter registrado 480
alegações de abusos sexuais cometidos por seus soldados entre 2008 e
2013.
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