Por Genaldo de Melo

Depois de ter segurado a ação da OAB contra o financiamento
empresarial de campanha por mais de um ano, até dar tempo para a Câmara
constitucionalizar este sistema, insurge-se agora o ministro Gilmar Mendes, do
Supremo Tribunal Federal, contra a possibilidade de as pessoas físicas também
fazerem doações eleitorais, prevista na emenda aprovada pelos deputados. "Vamos
ter um laranjal", diz Gilmar, alegando, em entrevista ao Estadão, que
"partidos que dispõem de acesso à máquina governamental vão ter acesso a
lista de nomes, aos CPFs e vão poder produzir doações". Ele quer que as
doações possam ser feitas apenas por empresas. Em conversas com diferentes
interlocutores, o ministro tem dito que pessoas físicas não podem doar porque o
PT iria "lavar" recursos ilegais, distribuindo dinheiro para que
pessoas do Bolsa Família e programas sociais fizessem pequenas doações. É muita
imaginação. Isso exigiria a montagem de um esquema monstruoso que em algumas
horas seria descoberto e ruiria. O que Gilmar sabe é que só os partidos que têm
militância terão capacidade de mobilizar seus filiados e simpatizantes para
fazer doações como pessoas físicas. Como fez Obama em sua campanha, através das
redes sociais. Hoje, só o PT e, em menor escala, o PC do B conseguiriam uma boa
arrecadação através deste caminho. Até porque o PT, antes de chegar ao governo
e ganhar a boa vontade das empresas, vivia disso, dos dízimos da militância, da
venda de material e das campanhas financeiras que fazia. (Com informações de
Brasil247)
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