Por Genaldo de Melo
Dois governos da América do Sul estão dando
lições do que significa a palavra democracia na prática, pois ambos foram
derrotados nas recentes eleições, e como deve ser o papel dos derrotados na democracia,
é isso exatamente o estão fazendo, reconhecendo que perderam e que a vida segue.
Não estão esperneando raivosos como cães com fome, nem estão a preparar golpes
políticos baixos, sem existirem elementos jurídicos para tanto.
Na argentina Cristina Kirchner aceitou a derrota para Maurício Macri, e de
pronto a reconheceu como grande democrata que é, ou seja, reconheceu a derrota
do seu candidato e aceitou de pronto a vitória do adversário. Na Venezuela
aconteceu o mesmo fenômeno, embora que as eleições não foram para Presidência da República,
mas para o legislativo, o que fez com que naturalmente a primeira coisa que fez
Nicolas Maduro foi reconhecer que perdeu e que a vida segue, apesar de
aumentarem seus percalços políticos com adversidades pela frente.
Os perdedores no
Brasil deveriam aprender a lição de verdadeiros democratas que perdem,
reconhecem a derrota e continuam de pé, pois na democracia vence quem tem mais
voto. E aqui no Brasil quem ganhou foi Dilma, e se não gostam dela, aceitem
como os verdadeiros democratas, e esperem 2018 para a próxima batalha eleitoral.
Se Dilma é tão ruim a ponto de muita gente não gostar dela, problema de quem não
gosta, pois isso aqui é uma democracia, e como tal deverá ser respeitada. Dilma
está longe de ser o melhor dos governos para “todos”, exatamente porque a
democracia permite que os contrários também existam para o bem-estar político
da nação.
Mas como existe uma turma que no discurso
parece os antigos democratas gregos, mas na prática não aceitam, e querem
aceitar que perderam, esquecem que na democracia eles não vão mudar as regras “na
tora”, a não ser que consigam de fato a maioria política que tanto sonham no
Congresso Nacional para aplicar um golpe baixo e mesquinho, não em Dilma
Rousseff, até porque o prazo dela tem validade, que é 2018, mas na própria
democracia brasileira, que depois de 2018 terá outro Presidente da República.
O que intriga de fato é que deixaram de
trabalhar como homens públicos para honrar os mandatos parlamentares que
conseguiram para ficar de forma doentia tentando o tempo todo conseguir um
impeachment que está cada vez mais distante do sonho, até porque as premissas
eram as pedaladas fiscais de 2015, a partir dos seis decretos de suplementação
financeira que o próprio Congresso Nacional já deu a resposta necessária semana
passada no voto.
Se essa turma não tomar cuidado político com
suas atitudes, e não voltarem a trabalhar pelo Brasil e para o Brasil, e não
apenas para seus interesses que as urnas não reconheceram, eles podem está
criando as condições de não voltarem de novo em 2018. Até mesmo porque comida requentada
demais repetidas vezes fica estragada e causa infecção intestinal!
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