Por Genaldo de Melo

Quando estamos em vias de acontecer irresponsavelmente
um distúrbio social sem limites, e sem paralelo na história brasileira, ficam
alguns beócios de todos os lados preocupados, simplesmente preocupados, em
fazer estatísticas de quem colocou mais gente nas ruas, se o povo ligado ao
mineiro-carioca tomador de dezoito anos, ou se o povo que avermelharam a Avenida
Paulista.
É como se colocar gente nas ruas vai mudar
alguma coisa enquanto Eduardo Cunha for o presidente da Câmara dos Deputados. Ora,
em vez de se preocupar em ficar aumentando e diminuindo números, esses estatísticos de "mesa de bar" deveriam eles mesmos ocuparem as ruas, porque quem repassa as informações para
eles são sempre apaixonados por algum lado.
Ninguém me venha prá cá com discursos tortos
de que não tem lado, porque hoje no Brasil politicamente até os moradores de
rua têm lado. Portanto, em vez de pensar números é preciso ocupar de fato as
ruas, porque o discurso de quem colocou mais gente nas ruas é o que menos
importa, pois perigosamente estamos numa situação que poderemos ali na frente
embarcarmos numa guerra civil sem limites, para um povo que culturalmente não
está preparado para tanto.
A situação mais absurda do momento foi a
avaliação da PM paulista sobre a manifestação na Avenida Paulista do último dia
16 de dezembro. Primeiro ela disse que tinha exatamente "3 mil manifestantes",
depois colocaram a culpa do erro na imprensa e mudou os números para "50 mil pessoas" que participaram do evento. No evento do dia 13 de dezembro segundo eles 38 mil “manipassantes”
ocuparam aquela Avenida.
Números não vão resolver nada, se não tirarem Eduardo
Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, e Gilmar Mendes continuar
influenciando seus pares no Supremo Tribunal Federal. Porque estão claramente preparados para colocar o Brasil no "distúrbio da libido política". Aqui não se trata de gostar ou não gostar de Dilma, aqui se trata de pensar na harmonia da democracia brasileira, e pronto!
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