Por Genaldo de Melo
Não se pode confundir o papel da política como “coisa
em si” com o papel da luta puramente economicista. Mas se os chamados Aparelhos
Privados de Hegemonia (Sindicatos e associações de classes) não tomarem a
postura na defesa “política” do Governo Dilma Rousseff, que representa o
projeto político que tanto defenderam a partir do final da ditadura militar,
atingindo a vitória em 2002 com Luís Inácio Lula da Silva, eles não podem
esperar que tenham a partir daí a esperança de poderem livremente trabalharem
de novo para construir ali na frente história parecida com a que vivemos nos
últimos 12 anos.
Não se pode acreditar que o conservadorismo voltando
ao poder no Brasil vai deixar as coisas como estão. Na realidade eles estão
esperançosos de promover uma vingança política por estarem tanto tempo fora do
poder, sem poder na realidade tomar as decisões que interessam apenas as suas
teses mais neoliberais possíveis, como reajustes estruturais pesados, diminuição
do Estado como fomentador do desenvolvimento com inclusão de todos na economia,
como a venda propriamente dita do Estado para o mercado, como as terceirizações
e seus famosos dowsinging secretos, e outros conceitos práticos mais.
E que não se engane os líderes populares que ficaram
mansos com a possibilidade de nunca mais haver disputa de poder porque o projeto de sociedade em voga poderia ser compreendido politicamente pelo povo, porque as disputas
de poder sempre vão existir e agora mais do que nunca se acirrarão. E que não
se engane quem organicamente sempre trabalhou politicamente pela defesa de mais
direitos para os trabalhadores que são a mola da roda que faz a história girar,
eles chegando ao poder vão primeiro trabalhar para destruir todo o aparato
social da sociedade Civil organizada, porque eles não querem que outro Lula surja
nunca mais.
Eles estão rindo porque acham que a prova de que são mais
fortes foram as últimas mobilizações em que eles mesmos colocaram mais gente
nas ruas do que a CUT, a CTB, a UNE e o MST, deixando de lado a Força Sindical,
porque essa tem dono e o dono faz parte deles, da direita brasileira. Eles
acham que podem derrubar Dilma num processo que não é jurídico, porque não existem
elementos para tal, mas politicamente porque eles acham que eles poderão ter
maioria nas ruas do Brasil.
Agora não me venham prá cá achar que vão colocar gente
nas ruas para se contrapor ao golpe contra a democracia brasileira em dias de
trabalho, pois quem trabalha não vai largar o emprego em tempos de crise e
desemprego, ou no mínimo perder uma diária de trabalho. E somente dirigente
sindical liberado com bandeiras vermelhas não é o suficiente para enfrentar as “dondocas”
que podem ir às ruas tomar champanhe nos domingos com bandeiras verdes e amarelas
que são esquecidas depois nos lixões das ruas, e com cobertura total da mídia
do Jornalismo da Obediência.
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