Editorial do Vermelho
As medidas anunciadas pelo governo, desde o início de abril,
para forçar a queda dos juros brasileira foram reforçadas, neste 1º de
maio, com as críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff às
escandalosas taxas cobradas no Brasil, que mantêm o país como
vice-campeão mundial, atrás apenas da Rússia, onde o juro real é de 4,2%
ao ano (no Brasil é de 3,3%).
O inconformismo do governo decorre, principalmente, do spread cobrado pelos bancos em seus empréstimos – a diferença entre o que o banco paga ao tomar empréstimos pela taxa Selic e que repassa com tarifas muito mais altas. A diferença chega a 176 pontos percentuais: os bancos tomam a 9% ao ano em média recursos que passam para frente a uma média de 185% ao ano, mais de vinte vezes mais!
Em 30 de abril, véspera do Dia Internacional do Trabalhador, em rede nacional de rádio e tevê, Dilma puxou as orelhas do sistema financeiro e apontou uma "lógica perversa" na cobrança de juros nos empréstimos bancários. “Não existe explicação técnica” para isso, acusou a presidente, com razão.
O objetivo de Dilma Rousseff é trazer a taxa real de juros (descontada a inflação) até o nível de 2% ao ano no final de seu governo. É um patamar necessário para favorecer o investimento e inibir aplicações especulativas. Tem o apoio, para isso, das centrais sindicais e do empresariado ligado à produção; e enfrenta a oposição, claro, do sistema financeiro e da mídia ligada aos grandes especuladores.
O confronto com a especulação financeira opõe a aliança pelo desenvolvimento, entre governo, centrais sindicais e empresariado produtivo, à aliança da especulação que cresceu durante o predomínio neoliberal na economia e entrincheirou-se fortemente na mídia hegemônica e neoliberal.
A batalha é política, e não técnica. Quem tem mais força política tem também as condições para impor seus interesses; a alta finança até agora nunca encontrou, no Brasil, um governo com disposição, força ou decisão política para enfrentar o poder do dinheiro. “Infeliz o governo” advertiu José Bonifácio há quase 190 anos, “cuja administração econômica é seduzida e dominada pelas finanças; três vezes infeliz aquele onde se diz a alta finança!” Ele acabou deposto, em julho de 1823 e, desde então, nunca outro governo bateu de frente com o sistema financeiro – exceto agora o de Dilma Rousseff.
Seu governo acumula a força decorrente das mudanças ocorridas desde a posse de Lula em 2003. O fortalecimento da atividade sindical e o relançamento da economia num quadro mundial de crise avassaladora criaram as condições objetivas que permitem a Dilma enfrentar o poderio do sistema financeiro. Hoje o Brasil não anda mais de pires nas mãos pelo mundo em busca de ajuda; ao contrário, tornou-se credor do FMI, sendo cortejado por autoridades externas para fortalecer esta instituição que, até recentemente, era seu algoz financeiro. No Brasil, a lógica financista que prevaleceu, e se acentuou sob Fernando Henrique Cardoso, pode ser enfrentada depois que foram criadas as condições favoráveis ao investimento e ao crescimento econômico, contra a lógica rentista e especulativa que prevalecia.
Dilma decidiu entrar com firmeza nesse combate e tomar as ações para redirecionar o investimento e o crédito. Vai dando um passo decisivo para a modernização econômica do país; ela implica em maiores investimentos na produção e no crescimento econômico e menores aplicações especulativas cujo objetivo é render juros. A presidente reflete com isso os interesses e a vontade das forças produtivas do país.
O inconformismo do governo decorre, principalmente, do spread cobrado pelos bancos em seus empréstimos – a diferença entre o que o banco paga ao tomar empréstimos pela taxa Selic e que repassa com tarifas muito mais altas. A diferença chega a 176 pontos percentuais: os bancos tomam a 9% ao ano em média recursos que passam para frente a uma média de 185% ao ano, mais de vinte vezes mais!
Em 30 de abril, véspera do Dia Internacional do Trabalhador, em rede nacional de rádio e tevê, Dilma puxou as orelhas do sistema financeiro e apontou uma "lógica perversa" na cobrança de juros nos empréstimos bancários. “Não existe explicação técnica” para isso, acusou a presidente, com razão.
O objetivo de Dilma Rousseff é trazer a taxa real de juros (descontada a inflação) até o nível de 2% ao ano no final de seu governo. É um patamar necessário para favorecer o investimento e inibir aplicações especulativas. Tem o apoio, para isso, das centrais sindicais e do empresariado ligado à produção; e enfrenta a oposição, claro, do sistema financeiro e da mídia ligada aos grandes especuladores.
O confronto com a especulação financeira opõe a aliança pelo desenvolvimento, entre governo, centrais sindicais e empresariado produtivo, à aliança da especulação que cresceu durante o predomínio neoliberal na economia e entrincheirou-se fortemente na mídia hegemônica e neoliberal.
A batalha é política, e não técnica. Quem tem mais força política tem também as condições para impor seus interesses; a alta finança até agora nunca encontrou, no Brasil, um governo com disposição, força ou decisão política para enfrentar o poder do dinheiro. “Infeliz o governo” advertiu José Bonifácio há quase 190 anos, “cuja administração econômica é seduzida e dominada pelas finanças; três vezes infeliz aquele onde se diz a alta finança!” Ele acabou deposto, em julho de 1823 e, desde então, nunca outro governo bateu de frente com o sistema financeiro – exceto agora o de Dilma Rousseff.
Seu governo acumula a força decorrente das mudanças ocorridas desde a posse de Lula em 2003. O fortalecimento da atividade sindical e o relançamento da economia num quadro mundial de crise avassaladora criaram as condições objetivas que permitem a Dilma enfrentar o poderio do sistema financeiro. Hoje o Brasil não anda mais de pires nas mãos pelo mundo em busca de ajuda; ao contrário, tornou-se credor do FMI, sendo cortejado por autoridades externas para fortalecer esta instituição que, até recentemente, era seu algoz financeiro. No Brasil, a lógica financista que prevaleceu, e se acentuou sob Fernando Henrique Cardoso, pode ser enfrentada depois que foram criadas as condições favoráveis ao investimento e ao crescimento econômico, contra a lógica rentista e especulativa que prevalecia.
Dilma decidiu entrar com firmeza nesse combate e tomar as ações para redirecionar o investimento e o crédito. Vai dando um passo decisivo para a modernização econômica do país; ela implica em maiores investimentos na produção e no crescimento econômico e menores aplicações especulativas cujo objetivo é render juros. A presidente reflete com isso os interesses e a vontade das forças produtivas do país.
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