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A sensacional presença de Dilma

Por Genaldo de Melo
Dilma Rousseff
Dilma Rousseff tomou a postura mais correta diante de um julgamento de mérito de um processo de acusação que lhe é imputado com características eminentemente políticas, de apresentar pessoalmente sua defesa, principalmente porque ela falará pelo tempo que quiser enquanto que os senadores, principalmente senadores envolvidos em crimes políticos que não atingem a ela, falarão apenas dez minutos cada.

Um golpe político evidentemente já aconteceu com as mudanças de várias regras feitas no Estado brasileiro nos três meses de administração interina de Michel Temer, mas isso somente não é prerrogativa para dizer que Dilma já caiu, porque ela pode voltar e terá dois anos para se recompor, e recompor o projeto político que ela representa, que está sendo colocado em xeque pela aliança direita/mídia/judiciário.

Premissas para ela vencer o julgamento do mérito não faltam, porém dois elementos podem formatar o eixo da balança das decisões de vários senadores que estão indecisos, porque o processo vai ser visto por toda a população brasileira, mesmo que com distorções das matérias jornalísticas que tentará imprimir a Rede Globo e seus tentáculos de repetição.

Ambos elementos agirão a partir dessa semana simbolicamente com o imaginário tanto da população, bem como com o juízo de alguns senadores, que sabem que tudo isso vai ser utilizado politicamente nas eleições de 2018.

O primeiro é o ato do próprio julgamento em si que se parecerá uma espécie de metáfora de carnificina antijurídica. O ato será realizado sem provas concretas, apenas com discursos “políticos” de senadores que não querem de forma nenhuma o projeto que Dilma representa que 54 milhões de cidadãos foram a favor nas urnas.

Parece que vai ser discurso contra discurso, e a acusação apresentou apenas duas testemunhas, mas já trabalha com a possibilidade de dispensar uma delas para agilizar o andamento do processo. Com essa pressa toda e sem as provas concretas que a Constituição determina, como é mesmo que vai se colocar na cabeça dos brasileiros de que não se trata de um roubo do poder, um assalto sem armas do Estado brasileiro?


O segundo elemento do jogo é a presença física da própria Dilma Rousseff em sua defesa. Ela falará o tempo que quiser, e quando terminar, os senadores poderão questioná-la. E parece que os adversários dela se esqueceram que a mesma foi gestora do último governo de Lula, cumpriu um mandato e meio de presidente, para somente agora ser tratada como incompetente, e incapaz de enfrentar um debate de cabeça erguida. 

Dilma vai pessoalmente se defender das acusações que lhes são imputadas exatamente porque ela não é uma mulher qualquer. E apesar das distorções jornalísticas de que será vítima ela estará diante não somente daquele Senado “romano”, mas diante do Brasil inteiro. E como será que a Rede Globo vai colocar na cabeça dos brasileiros de que não se trata de um roubo ao poder, um assalto sem armas ao Estado brasileiro? O que os senadores vão dizer aos brasileiros nas eleições de 2018? Algumas pessoas pensam que os reis são “bestas”!

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