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Presidente da CNI quer inventar de novo a escravidão no Brasil

Por Genaldo de Melo
Como a lógica do capitalismo é o acúmulo permanente de riquezas independente dos mecanismos utilizados, naturalmente não passou despercebido o discurso recente do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em uma reunião de empresários propondo a jornada de trabalho para 80 horas semanais.

A lógica do trabalho decente é que todos possam assumir postos de trabalho com condições de ter qualidade de vida para conviver com suas famílias e amigos, para ter lazer e cultura, para praticar esportes, e até mesmo para simplesmente não fazer nada nos momentos de folga, mas ao mesmo tempo contribuir com seu trabalho para que os chamados empreendedores possam além de gerar suas riquezas também ter as condições de pagar salários justos.

Então uma proposta dessa natureza vem como um contraponto ao resultado de toda a história de lutas que foram feitas pelos trabalhadores e suas organizações para melhorar as condições do trabalho, e que teve resultados práticos no mundo do trabalho e na vida das pessoas. 

Uma proposta absurda de aumento da jornada de trabalho para 80 horas em pleno século vinte e um, quando a civilização avançou científica e tecnologicamente é um retrocesso a condição da barbárie humana, que vivemos em séculos passados quando não existiam aparatos modernos de socialização das informações.

A própria sociedade não permitirá isso, mas naturalmente fica de “orelhas” em pé ao saber que ainda existem homens que pensam que ainda podem escravizar outros seres humanos, com o discurso de que os homens são livres, mas apenas para trabalhar.

Um homem que pensa dessa forma é um homem simplesmente doente, porque como outros iguais, deve dizer também que eles próprios trabalham acima de doze horas por dia. Mas perguntem-me quem são os donos das coisas, e porque eles trabalham doze horas por dia? Fazem isso porque eles próprios não tem vida própria além de tesouros infindos que ficam para herdeiros brigarem depois, pois é sempre assim!

É uma lógica infeliz essa! Pois se uma semana tem 168 horas, e um indivíduo é obrigado a trabalhar num mundo livre por 80 horas, porque precisa sobreviver, vão sobrar apenas 88 horas semanais para dormir, para o lazer e a cultura, e para tomar conta de sua família. Então o ser humano deixará de ser humano para ser objeto apenas do trabalho para o acúmulo de riquezas para os outros, principalmente para aqueles malucos que dizem que tem orgulho de trabalhar além das oito horas necessárias por dia.

Mas como tem gente que pensa assim, não sei aonde mesmo vamos chegar! Inovar os conceitos sadio e do trabalho decente e produtivo na nossa modesta opinião é o contrário disso, é exatamente reduzir a jornada de trabalho “produtivo" para 40 horas semanais.

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