Por Genaldo de Melo

Se as prerrogativas da política
como “coisa em si” se utilizou das regras da Constituição Federal para derrubar
uma Presidente da República eleita, que representa um projeto de nação, que quem
coordenou o processo de derrubada não concorda, que as mesmas prerrogativas e
regras sejam utilizadas também de forma diáfanas e honestas contra todos que
cometem delitos e crimes políticos nesse país. Porque é insustentável que a
política como “coisa em si” derrube uma presidente que juridicamente não lhe
cabe nas costas nenhuma prova de crimes de responsabilidade, e assuma no seu
lugar prepostos que incidem em mais variados processos de desonestidades
políticas, sustentados através de delações premiadas de criminosos assumidos na
Operação Lava Jato, que estão sendo arquivadas e esquecidas na “República de
Curitiba”.
É inaceitável e vergonhoso termos que
conviver num país em que criminosos com letras praticamente estampadas nas
testas é que tenham os benefícios da lei, enquanto as pessoas de bem devem envergonhar-se
exatamente por serem de bem, envergonhar-se por fazerem parte de uma geração
que sonhou, e ocupou as ruas na juventude por melhores valores na política.
É mais que vergonhoso ainda saber que o que
existe de pior na natureza humana, é considerado o que existe de melhor para
governar, para decidir sobre os destinos de uma nação inteira de cerca de 206
milhões de seres humanos.
Enquanto Dilma Rousseff, que foi uma das únicas
governantes que não atrapalhou as instituições brasileiras de combate à
corrupção, do contrário as fortaleceu, está sendo tratada como criminosa, os
verdadeiros criminosos estão sendo tratados apenas como indivíduos que
cometeram pequenos deslizes de comportamento, que devem ser perdoados, porque é
da natureza humana.
Se a finalidade da Lava Jato, que teve apoio
das instituições sob a responsabilidade de Dilma era combater a corrupção,
porque então ficam ilesos exatamente os indivíduos que estão nas folhas
brancas das delações premiadas, premiados nos cargos de governo como se fossem bons
moços? Se a Lava Jato era apenas para derrubar Dilma, então era uma operação
falsa, ou seja, o mais deslavado teatro de péssimos atores e envergonhar o Brasil
diante do mundo.
Estamos ficando doentes politicamente, porque
não é natural derrubar um governo sob o argumento de suplementação financeira
da administração pública, e ficar no governo grupos doentes envolvidos em
tramas desonestas para roubar o dinheiro do povo. Por mais que se diga que são as
regras constitucionais que estão sendo postas em prática, minha preocupação é
que a partir de agora não mais teremos o fio da esperança de governos honestos,
porque honestidade vai ser sempre considerada pelas próximas gerações coisa de
gente fraca, que não serve para a política, que não serve para governar.
É doloroso saber que o nome de Jesus Cristo pode a
partir de agora ser usado como álibi por naturezas porcas e doentes da política,
porque tudo o que está acontecendo, é para consolidar a imagem do protótipo
do político a imagem e semelhança de um homem da estirpe doentia de Eduardo Cunha.
É vergonhoso! É doloroso saber que a próxima geração de políticos brasileiros poderá ser formada de pequenos Chiang Kai-shek!
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