Por Genaldo de Melo
É simplesmente estarrecedor o que aconteceu na calada da noite de 09 para 10 de agosto último, quando 59 senadores resolveram aprovar o
relatório do senador Antonio Anastasia para colocar no próximo dia 29 de
agosto próximo a votação do mérito do impeachment de Dilma Rousseff. Pelos fatos
que antecederam essa decisão dos senadores, e caso Dilma seja afastada
definitivamente, provavelmente entraremos num período de trevas políticas no
Brasil.
Em primeiro ato, a Reforma Trabalhista já foi colocada na pauta
de discussões, tanto pelo presidente da CNI, que disse recentemente que temos
que trabalhar 80 horas semanais, como pelo novo presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM), que disse que isso é uma das prioridades até o final do seu
mandato em fevereiro próximo.
Em segundo ato, a Reforma Previdenciária vem também sendo
colocada na mesa das discussões desde o início do Governo interino de Michel Temer,
em conjunto com seu Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que em nome da
austeridade econômica os brasileiros devem trabalhar até os 70 anos para se
aposentar, nivelando homens e mulheres no mesmo patamar.
Em terceiro ato, não adianta muita
discussão, pois gente comum não decide nada, e com esse Governo consolidado, a
PEC das Terceirizações no Brasil virá à tona com toda força, principalmente
para acabar com décimo terceiro e férias. Além da certeza de que salários serão
congelados durante vinte aos, também virão as propostas nefastas das
privatizações no país, começando pela Petrobrás e pela Caixa Econômica Federal.
Aqui não é o afastamento de Dilma que está em
jogo, são os direitos sociais e a CLT, as leis de proteção dos trabalhadores/as, que correm riscos de serem revogadas, bem como a soberania do país como nação
em processo de desenvolvimento cultural, social e econômico.
Se tudo ficar como a votação que aconteceu na
madrugada do dia 10 de agosto, consolidando-se a cassação do mandato da
presidente, os movimentos sociais e sindicais também se preparem para enfrentar
as “espadas” da Lei Antiterror, pois Michel Temer não se fará de rogado para se
utilizar dessa ferramenta antidemocrática, quando for o caso de tirar os
direitos sociais do povo. Prova disso ele já deu recentemente com a repressão
aos manifestantes nas praças esportivas das olimpíadas, imitando provavelmente
Luís XIV, da França do absolutismo monárquico.
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