Por Genaldo de Melo

Por mais simbólico politicamente que seja a
apresentação de uma carta de Dilma Rousseff para os nobres senadores da República,
provavelmente pode não fazer mais o efeito necessário, porque os senadores
estão na posição de senadores porque são todos políticos, e vivem
necessariamente de negociações políticas.
A história como prova dos nove
demonstra que a maioria dos senadores vive politicamente em função de quem lhes
oferece mais benesses, e provavelmente o presidente interino, Michel Temer, já
deve ter oferecido para a maioria daqueles senhores que não respeitam, e nem
gostam de cheiro de povo, céus e pedaços doces de infernos.
Simbolicamente a
carta deve ser realmente encaminhada aos senadores, e logo, porque está
demorando até demais, mas a companheira Dilma deve obrigatoriamente aproveitar os últimos dias
que faltam, para o julgamento do mérito do processo sem provas, que acontecerá
no fatídico e enigmático dia 29 de agosto próximo, para fazer um mapa de conversas
políticas com todos os senadores que provavelmente cheiram um pouco de
confiança e vergonha na cara, porque política como divisão de poder tem como
premissa o compromisso de pé de ouvido.
Porque senão teremos todos que
reaprender a fazer oposição numa situação mais constrangedora e mais inexorável
do que mesmo nos anos de chumbo, porque teremos um governo de direita,
neoconservador e neoliberal com pauta “atômicas”, colocadas na mesa de antemão: privatizações, terceirizações, reformas trabalhista e previdenciária, cassações
de partidos de esquerda, Lei Antiterror para os movimentos sociais e sindicais,
e outras crueldades e vinganças mais que podem está por vir.
Temos poucos dias
apenas para fazer política como ela é de fato, sem estereótipos e rubores de
puros, porque na atual conjuntura que estamos vivendo, somente tem de puro
mesmo é o povo, que vai pagar o pato da FIESP e dos irmãos Koch!
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