Por Genaldo de Melo
Muitas lideranças políticas na Bahia se revelam
na capacidade que demonstram a tomar suas decisões, principalmente nas urnas. Nos
últimos tempos surgiram lideranças que eram consideradas inofensivas, e que
eleitoralmente eram consideradas como “postes”, como o caso do governador rui
Costa. Mas nada pode se comparar ao trabalho político feito em silêncio nos
últimos anos pelo atual senador Otto Alencar.
Otto depois do auge político ao lado de Antonio
Carlos Magalhães recolheu-se à zona de conforto do cargo vitalício de
conselheiro do Tribunal de Contas, e muita gente do mundo político não mais o
abraçou como político, mas com um técnico.
Como ninguém sabe o que se passa na cabeça de
um homem, melhor não fazer conjecturas, sabe-se apenas que abandonou a condição
que qualquer público sonha com cargo vitalício, salário eterno, assessores e
estrutura para tudo, e abraçou a causa de Jacques Wagner para eleger seu “poste”,
voltar aos riscos do mundo político e se tornar Senador da república, ou seja,
de novo voltar a fazer política no sentido mais literal da palavra.
Otto Alencar no momento na Bahia pode ser
considerado do ponto de vista político um dos quadros mais desejados para que
tome determinadas decisões, que seus resultados serão concluídos em 2018. Como política
não tão matemática assim, o voto do Senador no julgamento do mérito no processo
que se pretende cassar Dilma Rousseff vai dizer muita coisa no futuro da Bahia a
partir de janeiro de 2019.
Otto Alencar foi o primeiro por decidir sem “pestanejar
os olhos” apoiar Alice Portugal (PCdoB) nas eleições municipais, demonstrando compromisso com as forças que
levantaram suas bandeiras nas ruas, mas está em xeque, porque nacionalmente seu
partido já fechou compromisso com a proposta do PMDB de Michel Temer.
Não se pode no mundo da política se valorizar
demais um homem, mas também seria injustiça e um erro fatal menosprezar sua
importância num determinado momento histórico. E o voto de Otto Alencar no
julgamento do mérito do impeachment de Dilma Rousseff, desencadeará junto com
os resultados das urnas nessas eleições municipais três situações específicas
para depois de janeiro de 2019.
Se ele votar em Dilma, mesmo perdendo ele pode
ajudar a consolidar na Bahia a posição de reeleição de Rui Costa, e
provavelmente fará outro senador para colocar em Brasília em função de seu
projeto futuro. Se ele não votar em Dilma, e Michel Temer ganhar, ele vai ter
uma briga hercúlea com Geddel Lima que se fortalecerá, e com ACM Neto, que se
fortalecerá para as urnas em 2018.
Fica difícil analisar em tão pouco tempo outros
cenários, mas a terceira situação a partir de seu voto nesse fatídico março de
2016, é a sua própria. Pois como animal político mais desejado, mais querido,
mais solicitado, a capacidade de sua decisão é que vai fazer com que continue
bem ou mal a partir de janeiro de 2019. E cabe ao povo da Bahia que o trouxe de volta à
política a esperança de que Otto Alencar vote certo!
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