Por Genaldo de Melo
Ao analisar as armas utilizadas pelas forças
progressistas através da via democrática para combater o golpe de Estado em
curso no Brasil, fatalmente veremos que houve uma falha na tentativa de
deslocar o poder do Estado para a internet e para as redes sociais. Necessariamente
deveria haver acompanhada de nossa “Primavera Árabe”, movimentos fortes de povo
propriamente dito nas ruas servindo de contraponto ao golpe. Confiou-se demais
apenas que sindicalistas históricos e militantes de esquerda orgânicos fizessem
o papel do povo, enquanto os militantes virtuais formariam o exército mais
forte na internet e nas redes sociais.
No mundo real da política concreta estão
quase a derrubar a idéia de um governo democrático sustentada nas urnas por 54 milhões de
cidadãos brasileiros vacinados. Diante da certeza dos golpistas de que vão
conseguir todo o poder, porque de todas as formas que busquemos para reverter o
quadro não vamos conseguir, eles vão a cada dia cortando com seus punhais a
democracia, cada dia convencendo aos milhões de brasileiros de que nada está
acontecendo, e tudo é normal.
Ou seja, por mais que se diga o contrário, em
matéria de política a "liberdade de expressão" da internet e das redes sociais
sem coordenação e sem rumo definidos, está perdendo para a "liberdade de
expressão" da televisão e do rádio que têm coordenação e rumo bem definidos no
Brasil.
Avaliar que a internet não resolveu tudo não
dá mais tempo para o campo democrático e popular, pois o tempo provavelmente já
passou, porque o golpe contra Dilma Rousseff e contra a democracia brasileira
foi literalmente um golpe político.
Mas pelo menos nos últimos dias que
antecedem o julgamento do mérito do processo de impeachment ainda
cabe às ruas dizer para os golpistas que eles não podem e não devem governar da
forma que querem apenas para cerca de 10% da população, pois o Estado não pode
ser tratado jamais como mínimo, porque somos cerca de 205 milhões de brasileiros
e não cerca de 21 milhões como pensam aqueles que moram nos “Morumbis” e nas “Copacabanas”
da vida.
Sem perder a esperança jamais!
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