Por Genaldo de Melo

Na história do Brasil o mês de agosto sempre
reservou momentos surpreendentes e cruciais, principalmente no mundo político,
e provavelmente este ano de 2016 será um dos anos que deverão ser lembrados
durante muito tempo na própria história da política brasileira. Corações e mentes
devem está suficientemente preparados para quatro grandes acontecimentos.
Em primeiro lugar deverá ser a volta mais uma
vez sensacionalista com apoio da mídia do Jornalismo da Obediência da Operação
Lava Jato, e deve ser crucial para a vida política de muita gente nesse
país. Se o julgamento de Eduardo Cunha acontecer antes da votação do processo
de impeachment de Dilma Rousseff no Senado e ele for definitivamente preso,
como se especula, ele poderá apresentar o famoso dossiê, muito comentado pelos
jornalistas do Estadão, Daiane Cardoso e Igor Gadella, que ameaça explodir tudo
no Congresso Nacional e no colo de Michel Temer. Do mesmo modo, se a delações
premiadas das empreiteiras Oldebrecht e da OAS virem logo à público, podem não
somente selar definitivamente o destino de Dilma no processo de impeachment,
como também colocar em cheque metade do Congresso Nacional, líderes partidários,
ministros, e o próprio sistema político.
A cassação de Cunha, segundo grande acontecimento,
é dada como certa, mais ainda brigam muito nos bastidores sobre a data, se
antes do impeachment de Dilma ou depois. Rodrigo Maia já disse que quer colocar
em pauta na segunda semana de agosto, mas quer que seja com a participação de
todos os deputados. Enquanto isso, Geddel Lima luta para que seja depois de agosto com medo
do que pode acontecer, inclusive com seu chefe caso haja vingança de Cunha. Este
faz de tudo para adiar seu processo de cassação, ameaçando mundo e fundos,
achando que ainda pode se salvar da areia movediça em que se meteu. O que se
base mesmo é que Michel Temer não dorme mais sossegado, pois pode inclusive ter
sido grampeado pelo Senhor dos Anéis.
Mas agosto revela o mais surpreendente, que é
a decisão sobre o impeachment de Dilma Rousseff, que enquanto não encontram
provas irrefutáveis de crime de responsabilidade, o relator do processo senador
Anastasia diz que tem, e Michel Temer já assumiu na mídia internacional que de fato
o julgamento da presidente é político e não jurídico, ou seja, que de fato
trata-se de um golpe de Estado. Se aprovado o relatório do senador pela
Comissão, que basta de maioria simples (41 dos senadores), o relatório vai para o
julgamento do mérito no dia 29 de agosto, sob o comando do presidente
do STF, Ricardo Lewandowski. A sessão poderá levar cinco dias e são necessários
dois terços dos senadores para aprovar o afastamento definitivo de Dilma. Segundo
todos os levantamentos a chamada luta de classes da política brasileira pode
definir o segundo golpe de Estado no Brasil das últimas décadas.
O outro acontecimento grandioso do mês de
agosto são as primeiras Olimpíadas no Brasil, que começam no próximo dia 05 do
mês, com participação de aproximadamente 10 atletas de 206 nações do mundo, com
mais de 50 mil agentes de segurança, espalhados pelas ruas e arenas esportivas para
garantir a ordem, principal preocupação do Governo interino e do Comitê
Olímpico. As imagens surpreendentes dos ensaios militares, as declarações
desastrosas de ministros sobre a possibilidade de riscos de terrorismos, e a
prisão de supostos terroristas transformaram
aquilo que pode ser uma grande festa do esporte mundial num contexto de
filme de Alfred Hitchcock.
Como o mês de agosto foi na história palco de
acontecimentos metafóricos e cruciais acontecimentos políticos, vamos esperar
os resultados para os primeiros dias de setembro, e vida que segue depois!
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